Notas Históricas
Estes dados ficarão sujeitos a alterações em seu conteúdo e em seu número, em função de novos achados.
3) PÍNDARO ANNES - Pai (1894-1969) de Sérgio Paulo Annes.
Píndaro, filho de Gezerino Lucas Annes e de Maria Prestes Annes nasceu na cidade de Cruz Alta a 24 de março de 1894. Seus pais moravam em Passo Fundo, mas devido a Revolução Federalista de 1893, bem como muitas outras famílias, migraram para fugirem dos combates que ocorriam nos arredores de Passo Fundo. Foram, por voltas do fim do ano de 93, retornando no mesmo ano em que Píndaro nasceu, 1894. Assim pode-se dizer que nasceu em Cruz Alta "por imposição da guerra civil". Foi criado em P. Fundo e de lá saiu, já no fim da vida, para morar com sua filha Maria Amélia, em Porto Alegre.Píndaro é descendente, trineto, de Manoel José das Neves e de sua mulher Reginalda Nascimento Rocha, casal oriundo de São José dos Pinhais / Província de São Paulo, hoje Estado do Paraná.Manoel e Reginalda doaram à Igreja (Nossa Senhora da Conceição) parte da Sesmaria recebida, um quadrado de três quilômetros por três. Ao redor da Capela se construiu Passo Fundo. A filha do casal, Maria Neves que confirmou a doação, era casada com o paulista José Ferreira Prestes Guimarães que como Manoel José das Neves era de São José dos Pinhais e tropeiro. Um dos dez filhos desse casal foi o Gen. Antônio Ferreira Prestes Guimarães que em 1893 chefiou a Revolução Federalista na região denominada "Em Cima da Serra". Sua mãe, Maria, ao casar com Gezerino Lucas Annes, irmão do Cel. Gervásio Lucas Annes, chefe republicano deixou a família, parte Maragata por seu pai e parte Chimanga pela família do marido. Penso que isto contribuiu para a fuga para Cruz Alta e o nascimento de Píndaro, lá.Seu irmão mais velho, João Waldelírio tinha doze anos a mais que Píndaro, e casou-se com Lúcia Eugênia Issler. A seguir vinha a irmã Horizontina Miguelina que se casou com Juvenal Canfield. Mais moça que ele Serenita Catarina casou-se com Helmuth Homrich.
Voltando para Passo Fundo estudou em 1903 na Escola Particular Primária do Professor João Gulart "onde vigorava o regime da palmatória". Em 1905 estudou no Colégio São Pedro, dos Irmãos Maristas. Píndaro nos deixou fotos dessas duas turmas pelas quais passou em sua infância. Foi sacristão na primeira Capela que se situava na rua de fronte a Praça onde está a atual Catedral, só que na rua Morom. Tinha dezesseis anos quando perdeu o pai, provavelmente de um infarto do miocárdio. A primeira fotografia desta Capela, que está em meu poder, foi feita por Píndaro que na adolescência foi fotógrafo e depois topógrafo, tendo trabalhado na estrada de ferro que de Passo Fundo ia para Marcelino Ramos, rumo ao norte do país. Este trabalho era na região de Viadutos. Mais tarde instalou uma fábrica de café, a Cafelaria São Thomé com a marca de Café Pureza, café com açúcar mascavo (o que era permitido na época). O Café Mãe Preta sem açúcar, para cafezinho e o Café Mikado que se destinava à venda pela cooperativa da Viação Férrea. Com amigos como Antão Chagas, Celeste Corá e João Lopes, propugnaram e conseguiram a instalação do Tiro de Guerra 225 na cidade. Um pouco antes da década de vinte, ao finalizar a primeira grande guerra, com um grupo de amigos e conhecidos, foi fundador do Hospital de Caridade (hoje Hospital da Cidade). Uma foto tirada em 1922, que está em meu poder, em frente ao Hospital, ainda por rebocar, está a Diretoria com os seguintes componentes (“da direita para a esquerda" lê-se, com a letra de Píndaro): Gabriel Bastos, Píndaro Annes, Max Ávila, Francisco Antonino Xavier e Oliveira, Juvenal Muliterno, Amador César Sobrinho "Dudu" e Helmuth Homrich. O fundador e primeiro Presidente que inclusive elaborou o Primeiro Estatuto e o Regulamento do Hospital foi Francisco Antonino Xavier e Oliveira. Mais tarde, já como Presidente, Píndaro dirigiu o Hospital por mais de trinta anos. Era sua "cachaça" como eu chamava. Ia pela manhã, à tarde e muitas vezes à noite. Só deixou o Hospital em meados de 1960. Ficando na Presidência Gervásio (Gervazinho como era conhecido) Annes ou Carlinhos Rotta, não lembro ao certo. Estava doente e mudou-se definitivamente para Porto Alegre. No início da década de vinte Píndaro fez uma formação de Contador (era como se chamava na época o Curso Comercial) no Colégio Machenzie em São Paulo.
Ainda em Passo Fundo, foi Inspetor Federal do Ensino Comercial no Instituto Ginasial (hoje Instituto Educacional) no Colégio Notre Dame e em outro Colégio das proximidades da cidade.Pertenceu à Maçonaria, provavelmente levado por Francisco Antonino e Gabriel Bastos que era casado com sua tia paterna Juvência. Também foi membro do Rotary Club e freqüentava a Igreja Metodista que nos fins da década de dez tinha sido adotada por sua família.
Colaborou com os jornais da cidade "O Nacional" o "Diário da Manhã" e com "O São Paulo Imparcial" de São Paulo, com crônicas e poemas e fez parte da Academia de Letras de Passo Fundo; chamada, inicialmente, de Grêmio Passofundense de Letras.
Por ocasião do golpe de estado de 1937 foi preso sob a acusação de "comunista" como foram Celso Fiori, João Junqueira Rocha, Eduardo Barreiro, Victor Benites e tantos outros.
Sua dedicação ao Hospital era tal que deixava de lado outros interesses, inclusive os que lhe proporcionavam ganhos pecuniários. Deixou a Maçonaria, o Rotary a Igreja Metodista, fechou a Torrefação e Moagem de café São Thomé e passou a viver para o Hospital. Na verdade ficou com as Inspetorias dos Cursos Comerciais de cujos proventos passou a viver. Fez a "Granja", que supria o Hospital de hortifrutigranjeiros e leite, e a Maternidade. Multiplicou a área construída com pavilhões para cirurgia e clínica e estava a solicitar verbas dos governos Estadual e Federal para o Hospital. Até sua opinião sobre Getulio Vargas, que não era das melhores, desde 1930, mudou, pois Getulio sempre ajudou o Hospital concedendo auxílios com verbas Federais.
Casou em 1919, com Antonia Soares de Mello, filha de Antonio Manoel de Mello e de Amélia dos Santos Soares, ele de Rio Pardo e ela de Santana do Livramento. Tiveram Três filhos: Cyrano Annes que foi Técnico Rural, mais dedicado à Topografia, que se casou com a viúva Juracy Finardi ajudando-a a criar seu três filhos: Anete, João Vicente e José Carlos e tendo com ela mais dois: Fernando e Silvana. Sérgio Paulo Annes, médico psiquiatra e psicanalista casado com Heloisa Conceição Aguillar Chagas que tiveram sete filhos: Beatriz, Clarice, Elizabeth, Roberto, Ricardo, Cláudio e Leonardo. E a mais moça, Maria Amélia Annes, contabilista como o pai que se aposentou como funcionária da Contadoria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul.
Em Porto Alegre após deixar Passo Fundo, já doente, faleceu em 19.02.1969 sendo sepultado nesta mesma cidade bem como sua esposa Antoninha, falecida nove anos após. Ele faleceu com setenta e cinco anos e ela com oitenta.
7) GEZERINO LUCAS ANNES - Avô (1856-1912) paterno de S. P. Annes.
Nasceu em C. Alta RS e foi batizado a 02.12.1858 sendo seus padrinhos: Alferes Satyrio Pillar e sua avó materna D. Gertrudes de Almeida Pillar, na vila de C. Alta. Filho de João Lucas Annes e de D.Gertrudes Magna do Pillar (Tudinha). Seu irmão mais velho foi Gervázio Lucas Annes, a segunda, Juvência Lucas Annes Bastos e abaixo dele os irmãos: Jerônimo e Gasparino. A 17.06.1871, aos 15 anos, foi morar em P. Fundo com sua família e passou a trabalhar no cartório de seu cunhado Martim Francisco do Amaral Monteiro, esposo de Juvência Lucas Annes, sua irmã. Juvência viúva veio a se casar com Gabriel Bastos.
Em 12.10.1877 abriu casa de negócio em P. Fundo. A 25.02.1880 casou-se com Maria (Maricas) Ferreira Prestes Guimarães. A 25 de fevereiro em 1 894 teve que abandonar a cidade, junto com a sua família e muitas outras, devido a revolução federalista. Foram para C. Alta, onde nasceu seu filho Píndaro a 24.03.1894. Conta Gezerino que no dia 24.03.1894 chegou em Vila Rica (atual Julio de Castilhos) a primeira locomotiva havendo grandes festejos. Estava sendo prolongada a via férrea que vinha de Santa Maria e rumava ao norte do país. Em 11.02.1886 deixou de ser negociante. No mesmo ano de 1886/04/08, tomou interinamente o cargo de tabelião em P. Fundo. Nas "datas para mim sempre lembradas", escreve que a sete de agosto de 1888, um dia apos ter escrito que teve "uma grande dúvida com seu sogro", assinala o falecimento de sua sogra Anna Thereza. E, é curioso que risca esta anotação, como querendo anula-la. A seguir diz que a 16.05.1888 foi nomeado tabelião de P. Fundo para logo voltando atrás, escrever de novo o que havia escrito e anulado: "07 de agosto de 1 888 faleceu minha sogra Anna Thereza Schultz". A 13.11.1889 saiu de P. Fundo indo assumir um cartório em S.Jerônimo, a seguir anota: "15 de novembro de 1889 foi proclamada a República Brazileira". No dia 16 embarca para P. Alegre para trocar de cartório. Gezerino que exerceu as atividades de "médico homeopata".Tenho um livro, "O Novo Médico" que lhe foi oferecido pelo autor, Visconde de Souza Soares, edição de 1801, Pelotas/RS. Nas paginas 14, 88 e 110 encontram-se carimbos em que diz: médico. Em outro livro: "Mentor Homeopáthico HUMPHREYS", também se encontram várias vezes o carimbo de médico e na pagina 1 há um em que se diz advogado. Este livro foi editado em português em novembro de 1882 e traz uma dedicatória de seu irmão o Cel. Gervásio Annes, datado de 7 de abril de 1882:
“Offerecido a meu mano Gezerino Annes, em signal de amisade e gratidão. Passo Fundo, 7 de Abril de 92. Ass. Gervásio Annes”.
Com sua esposa Maria Prestes Annes teve quatro filhos: João Waldelírio nascido. a 16.04.1882 que se casou com Lúcia Eugênia Issler (tia Lúla) e tiveram os filhos: João, Paulo, Maria Lúcia, Pedro, Maria Helena, Maria Magdalena e Carlos. Horizontina Miguelina nascida a 11.03.1884 que se casou com Juvenal Canfield tendo os filhos: Maria Catharina, Lígia, Lídia e Vergília (Lia). Píndaro nascido a 24.03.1894, casado com Antônia Mello Annes com os filhos: Cyrano, Sérgio Paulo e Maria Amélia. Serenita Catharina nascida 20.09.1896 e casou com Helmuth Homrich, sem filhos. Faleceu aos 56 anos dia 03.09.1912. Mais detalhes no livro de Marina Xavier e Oliveira Annes. Seu inventário se encontra no Arquivo Público de P. Alegre: N:587- M:23 - E:117- A:1914.
8) MARIA PRESTES - Avó paterna (1865/1923) de S. P. Annes.
Filha de Antônio Ferreira Prestes Guimarães e de Da. Ana Teresa Schultz, nasceu em Passo Fundo/RS. Casou-se com Gezerino Lucas Annes (25.02.1880), com quinze anos. Tiveram quatro filhos: João Waldelírio, Horizontina Miguelina, Pindaro e Serenita Catarina.
Maria foi quem escreveu, ditadas por seu pai, as “Memórias da Revolução de 1893, Em Cima da Serra". Seu pai, no fim da vida, apresentava intenso tremor das extremidades que o impossibilitava de escrever.
Maria faleceu a 03.01.1923 com 58 anos.
9) ANTÔNIO MANOEL DE MELLO - Avô (1859-1932) materno de S. P. Annes.
Nascido em 24/05/1859 em Rio Pardo/RS. Filho de Manoel José Torres de Mello e de Juliana Ferreira, ele nascido na Ilha de São Miguel/Açores/Portugal e ela natural de Rio Pardo/RS. Tiveram dez filhos, uma morreu em tenra idade.
Que eu saiba, "vô" Mello como era chamado, foi carreteiro levando provisões para os operários que construíam a estrada de ferro Porto Alegre/Santa Maria. Foi tropeiro e mais tarde, já casado com Amélia Santos Soares, nascida em Santana do Livramento, passou a criador (gado bovino e ovino), primeiramente em Arerungua no Departartamiento Del Salto na República Oriental do Uruguai onde, mais tarde, seu irmão José Honorato (tio “Zezé"), que havia se casado com Cliomendes Santos Soares irmã de sua esposa também foram morar. Lá tiveram os filhos: Euclides Soares de Mello, Heitor, Emília e Amélia (Amelinha). Soube ha poucos dias que o "vô Mello" registrou seu filho mais velho, Euclides como nascido em Rio Pardo/RS, não sei se fez o mesmo com os outros nascidos no Uruguai. Mudando-se para o Brasil vieram a arrendar a fazenda de Camoati no município de Uruguaiana onde nasceram: Epaminondas (que morreu criança ao cair em um poço), Eutália e Antônia, minha mãe. Agora morando na fazenda de Minuanos, também arrendada, tiveram: Amabelia (tia Belia), Noêmia e Luiz Soares de Mello. No final da década de 1910 venderam toda a criação (seriam umas três mil ovelhas, dizia o tio Luiz) e compraram a fazenda das Marrecas nas cabeceiras do Chapecózinho, nos chamados campos de Palmas em Santa Catarina, para onde foram os tios Euclides e Heitor na porção que passou a se chamar "Fazenda de Santa Maria”. O tio "Zezé" ficou com a "Fazenda do Faxinal do Meio". Em Passo Fundo/RS ficou o resto da família. Lá: "Vô Mello veio a falecer aos 72 anos dia 15.12.1932, ao que diziam, de problemas digestivos”.
10) AMÉLIA SANTOS SOARES - Avó (1865-1939) materna de S. P. Annes.
Nascida em Santana do Livramento era, filha de Horácio Pereira Soares e de Maria José dos Santos, casou-se com Antônio Manoel de Mello. Tiveram dez filhos: Euclides, nascido em 13 de janeiro de 1887 em Salto/ROU que teve com Semíramis Ribas, nasc. 1898, dois filhos: Antônio e Pedro. Heitor nasc. (19.10.1889) em Salto/ROU. Casado com Corina Soares teve um filho de nome Heitor. Emília nasc. (24.01.1891), em Salto/ROU, casada com Fausto Nogueira Leiria teve os seguintes filhos: Vasco, Maria, Amélia, José Antônio (Catonho), Honorina (Gauchinha), Juliana e Terezinha. Amélia que nasc. em 1893, também em Salto foi casada com o desembargador Inoscêncio Borges da Rosa. Morreu cedo e foi enterrada em Rio Pardo/RS. Epaminondas nasc. em 1895 morreu criança de uma queda em um poço. Eutália nasc. em 21.03.1897 em Uruguaiana (Fazenda do Camoati), casada com Dorival Xavier de Castro teve três filhos: Fortunato, casado com Zilda Lopes Gay que tiveram: Moema, Celso Afonso, Antonio João, Iara, Jussara e Jacira, Walter casado com Ivone com uma filha: Rita de Cássia. Lúcia casada com o cearense João de Pinho, três filhos: Vinícius, Joana Lúcia e João Roberto. Antônia também nasceu na fazenda do Camoati em 21.06.1898, casou com Píndaro Annes e tiveram três filhos: Cyrano que se casou com Juracy Finardi (já viúva, e com três filhos, - Annete, João Vicente e José Carlos -.e, com Juracy, teve Cyrano: Silvana e Fernando. Amabelia de Mello Bueno (Belia) nascida em Quarai (Fazenda Minuanos) que veio a se casar com Olmiro Almeida Bueno tendo três filhas: Hermengarda, Enóe e Moema. Noemia, também de Quarai, nasc. 03.09.1902 casada com Deoclécio Bastos Rostro, tiveram: Amilcar, Úrsula, Antônio Carlos e Clélia. Luiz nasc. 14.08.1904 em Quarai, casou-se com Natália Covolan e não tiveram filhos.
Faleceu Amélia Soares de Mello a 26.02.1939 em Passo Fundo.
15) JOÃO LUCAS ANNES - Bisavô paterno (1825-1863) de S. P. Annes.
Nascido e batizado (02.06.1825) em Caçapava / RS na Matriz de N.S.da Assunção. Faleceu: 05/12/1863 na vila do Espírito Santo da Cruz Alta.
O inventário de José Manoel Lucas Annes (seu pai), feito em 1881 dá João Lucas Annes como já falecido. (ver L.2, fls.33, de Óbitos de C. Alta). Sua mãe: Anna Pereira da Silva, nasc. a 29.06.1798 em Piratini e falecida: em C. Alta a 25.05.1893.
Casou na Matriz do Divino Espírito Santo, em C. Alta com Gertrudes Magna de Almeida do Pillar, nascida 1835 em C. Alta que casou com o nome de Gertrudes de Almeida Pillar. João foi Secretário da Câmara Municipal de C. Alta em 1864.
CÂMARA ECLESIASTICA DE SANTA MARIA:
"Certifico que no L. 2 de assentamentos de Óbitos da Igreja do Divino Espírito Santo de C. Alta a fls.33 acha-se o seguinte: O Capitão João Lucas Annes... Aos cinco dias do mez de dezembro do ano 1 863 nesta Villa do Divino Espírito Sancto de Cruz Alta falleceu de degenerecência encephalóica do testículo o Capitão João Lucas Annes, natural desta Província, de idade de trinta e nove annos, casado com Gertrudes Magna do Pillar, de cujo matrimônio deixou cinco filhos, cujos nomes são: Gervásio, Juvência, Gezerino, Jerônimo e Gasparino. Era filho legítimo de José Manoel Lucas Annes e de Anna Pereira Lucas. Foi por mim confessado, ungido e absolvido na hora da morte. Sepultou-se no Cemitério da Matriz desta Villa em o dia seis do mesmo mez, sendo por mim encomendado na forma do Ritual Romano. E para constar, fiz o presente, que assigno.
O Vigário Colado José de Noronha Nápoles Massa. E nada mais consta. Santa Maria,10 de julho de 1957. Padre Arlindo Rubert. Vice-Secretário Geral do Bispado".
Tenho em meu poder a Patente de "Capitão Secretário Geral do Comando Superior da Guarda Nacional dos Municípios da Cruz Alta, Passo Fundo, da Província de São Pedro". Dada no Palácio do Rio de Janeiro em primeiro de setembro de mil e oitocentos e cincoenta e oito, trigésimo sétimo da Independência e do Império.
Ass: Imperador Dom Pedro Segundo e Francisco Diogo Pereira de Vasconcellos.
"Como se vê, João Lucas Annes teve vida curta: 38 anos. Seu filho mais moço, Gasparino também morreu cedo, aos 33 anos, de tifo, deixando cinco filhos: João, José, Joaquim, Josino e Jaime. Ver” A Família Lucas Annes “de Marina Xavier e Oliveira Annes.
O inventário de João Lucas Annes se encontra no Arquivo Público em P. Alegre sob o N: 97- M: 4- E: 61- A: 1865 e sua esposa, a inventariante consta com o nome de Gertrudes Magna de Almeida Annes.
Ao falecer, seus filhos tinham a idade de: Gervásio-12a. Juvência-11a. Gezerino-9a. Jerônimo 6a. e Gasparino-4a.
Um dado interessante deste inventário é que entre os bens inventariados consta como bens "semoventes" a avaliação dos escravos deixados:
IDADE NOME AVALIAÇÃO |
30 anos |
Vitalina |
1.200$000 |
21 anos |
Cândida |
1.200$000 |
4 anos |
Maria |
400$000 |
2 anos |
Ursula |
200$000 |
16 anos |
Maximiano |
1.200$000 |
12 anos |
Felizberto |
1.000$000 |
16) GERTRUDES MAGNA DO PILLAR - Bisavó (1835-1885) paterna de S. P. Annes.
Gertrudes Magna de Almeida do Pillar, "Tudinha" como era chamada, era filha do Ten. Cel.Vidal José do Pillar e de D.Gertrudes Magna de Almeida. Casou-se dia 02 de junho de 1851, aos dezesseis anos. com João Lucas Annes de vinte e seis anos, na Matriz do Divino Espírito Santo de Cruz Alta.
Teve os seguintes filhos: Gervásio, Juvência, Gezerino, Jerônimo e Gasparino. Faleceu aos cincoenta anos de idade, após vinte e dois anos de viuvez, em Passo Fundo, dia 24 de março de 1885.
"Tudinha" foi a décima segunda e última dos filhos do casal. Seu inventário, feito por seu filho Gervásio se encontra no Arquivo Público de P. Alegre: N:52- M:2- E:118-
17) ANTONIO FERREIRA PRESTES GUIMARÃES - Bisavô paterno (1837-1911 ) de S. P. Annes e bisavô materno de Heloisa C. A. Chagas.
Nascido e criado em P. Fundo, filho de José Ferreira Prestes Guimarães e de Maria Nascimento Rocha Neves. Viveu por 74 anos (13.07.1837 a 19.09.1911).Contam que "bateu sola" nos primeiros anos da juventude. Entendo que foi sapateiro. Autodidata chegou a "advogado". Na época não se necessitava diploma para exercer uma atividade como esta. Era monarquista de família já que seu avô Cap.Manoel José das Neves lutando na batalha do Rosário (ou do "Rincão das Galinhas"?) recebeu do comando militar de S.Borja quatro léguas quadradas de terras no local onde se situa P.Fundo, lá pelo ano de 1828 (segundo consta no livro "Missões Orientais" do dr. Hemetério José Veloso da Silveira). Acho que a família Neves , que já tinha doado para a Igreja um quadrado de três quilometro por três para a igreja (para a Nossa Senhora da Conceição Aparecida), onde se erigiu uma capela, foi caindo em desgraça e empobrecendo, em grande parte por se conservar monarquista. Na Revolução Farroupilha ficaram com o governo, contra a Revolução. E poucos anos após os republicanos foram alijando os monarquistas do poder até que em 15.11.1889 a república foi proclamada.
Tenho em mãos o telegrama (datado de 21.11.1898) de sua segunda esposa d. Mariazinha Sturm Prestes de Livramento para Passo Fundo, endereçado ao filho de seu esposo, José Prestes, nos seguintes termos:
"José Prestes Passo Fundo: Tentaram assassinar Prestes, três ferimentos felizmente segue feliz. Mariazinha (Os ferimentos são graves. Foi agredido na linha divisória no dia 20 às 6 horas e 20 minutos)".
Teve nove filhos com Anna Theresa Schultz com quem havia casado a 28.07.1856 (falecida 07.08.1888): José Ferreira Prestes Guimarães (Neto), Frederico, Antonio (filho), Artur, Francisca, Anna Maria, Maria, Philippa e Josefina. Com sua segunda esposa, Maria Sturm, não teve filhos.
Em novembro de 1995 solicitei uma certidão de casamento de Antonio Ferreira Prestes Guimarães ao Bispado de P. Fundo. Ai vai:
"Certifico que no livro 01 de assentamentos de Casamentos da Igreja N.S.da Conceição de P. Fundo/RS a fl. 65=Final Pagina, acha-se o seguinte: Aos vinty oito dias do mes de julio de 1856 E nesta Madres de N. Sra. da Concepción Bem Aparecida de Pasofondo= Despues de feytas as diligencias que manda o concilio Tridentino do Bispado=Perante mias testimoneas Juan Moyen y Juan Antonio Ferreyra= Recibi meo Matrimonio Antonio Ferreira Prestes= filho legitimo de Jose Prestes Guimarayns y de Maria Nascimento Neves= com Ana Richel= filha legitima de Francisco Richel y de Ana Doroteia Richel fallecida E para constar o presente termo que asigno.P.Urio Franco Maria Bernardes.E nada mais consta. Passo Fundo,21 de Novembro de1995. Pe. Guerino Parisotto -Secretario Geral do Bispado ".
Pela certidão a cima, Antonio Ferreira Prestes Guimarães não era casado com Ana Theresa Schultz que sabidamente era sua esposa, casados no mesmo dia da certidão a cima e com quem teve nove filhos. Por outro lado na certidão de óbito de Ana Theresa Schultz (ver sua ficha) consta como casada com o Major Antonio Ferreira Prestes Guimarães. A Certidão transcrita a cima é "ipsis verbis". ... e durma-se com um barulho destes !..
Marina Oliveira Annes, historiadora em Passo Fundo, diz que o registro esta errado, pois os padres tomavam nota, iam acumulando e depois passavam os dados para o livro competente. Dai ocorrerem estas confusões. No caso, a confusão foi facilitada por terem as duas o prenome Ana e o Padre Urio ser mal alfabetizado, escrevendo em "portunhol". Antônio no dia em que morreu, segundo conta sua neta, minha tia Serenita, tomou setenta copos d'água e já vinha apresentando forte tremor das extremidades que o impedia de escrever.
18) ANNA THERESA SCHULTZ - Bisavó (1836-1888) paterna de S. P. Annes e materna de H. C. A. Chagas.
Filha de Frederick (Frederico) Schultz e de Francisca de Mello que devem ter casado em Rio Negro ou Lapa-PR., entre 1833 e 1835. A senhora Maria da Gloria Foohs, moradora em Rio Negro/PR me informa que encontrou o nome da menina Anna Teresa Schultz nos arquivows deo Colégio de Rio Negro na década de 1830. Não se tem notícias de outros ascendentes ou mesmo colaterais... Casou com Antônio Ferreira Prestes Guimarães em 28 de julho de 1856 em P. Fundo onde tiveram nove filhos. Dentre eles Anna Maria, nasc. em 08.05.1862 que veio a ser avó materna de minha esposa, Heloisa C. A. Chagas e Maria, nasc. em 27.04.1865, minha avó paterna. Sobre Anna Theresa pouco sei. Morreu com 32 anos de casada (07.08.1888) aos 52 anos idade.
É bem provável que tenha nascido em Rio Negro ou Lapa em 1836, (SP na época, hoje Paraná), aonde seu pai chegou vindo de Schleswig-Holstein/Dinamarca (hoje Alemanha) em junho1833. Com mais nove "tedescos" foi levado pelo Ten. cel. Manoel Francisco Correa Junior, para a construção da "estrada da mata" que vindo de Curitiba, passava por Rio Negro indo até Lages/RS. (Ver: "Os Alemães do Paraná e Santa Catarina". 1829-1929 da Editora Olivero- Curitiba-PR 1929 ).
O Gen. Antônio Ferreira Prestes Guimarães, seu esposo, em seus "Apontamentos Históricos da Revolução Civil do Rio Grande do Sul na Zona Serrana, 1892/1895" não se refere à sua esposa (já falecida em 1888), nem a seu sogro Frederico Schultz.
Em seu livro: "Passo Fundo Através do Tempo", Delma Rosendo Gehn cita um Frederico Schultz morto em combate no Povinho do Campo do Meio em abril de 1893, em plena campanha e como partidário, federalista, do Gen. Prestes. Talvez este Frederico seja irmão de Anna Thereza e não o seu pai que a esta época teria 93 anos, aproximadamente, e morrer em combate com esta idade me parece pouco provável. Acho intrigante o fato de sua neta Lucila, minha sogra, nunca ter ouvido qualquer referência por parte de sua mãe, Anna Maria, à mãe dela, Anna Theresa. Meu pai que varias vezes se referiu a seu avô Antônio, nunca disse qualquer coisa sobre a sua avó Anna Theresa.
Uma das filhas de Anna Tereza, de nome Philippa casou-se com Antônio Cunha Schultz (seria parente de sua mãe?) que mandou mata-la "para casar com outra", eram o que contavam na minha meninice. Segundo Certidão fornecida pela Diocese de Passo Fundo em data de 23.10.1999:
"Aos vinte e cinco dias do mes de março do anno de mil oitocentos noventa e oito, na estrada publica que, desta cidade e parochia de Nossa Senhora da Conceição Apparecida do Passo Fundo, segue para a cappela de S. Miguel no Pinheiro Torto, a pouca distancia da referida capella, as cinco horas da tarde foi assassinada Philippa Prestes, de idade de vinte e seis annos, casada com Antonio da Cunha Schultz, filha legitima do Major Antonio Ferreira Prestes Guimarães e de Anna Thereza Prestes, e foi sepultada do cemiterio publico nesta cidade, E para constar lavrei este assento que assigno. O Vigario José Ferreira Guedes".
Atualmente (outubro de 1999) estou investigando na Alemanha e na Dinamarca bem como na Lapa-PR, possíveis dados sobre Frederick Schultz, já que em Santos, Rio Negro e Passo Fundo nada ficou, ou melhor, nada foi localizado sobre ele.
19) MANOEL JOSÉ TORRES DE MELLO- Bisavô (1830?) materno de S. P. Annes.
"Nascido em Lisboa/Portugal, por volta de 1830 teria fugido de casa ainda adolescente por não suportar a maneira de ser tratado pelos irmãos e cunhados/as veio para Rio Pardo/o RS. O pai e irmãos fabricavam carros, eram marceneiros o que lha valeu a alcunha de Monoelzinho Carpinteiro” (esta é a versão que ouvi da tia Milóca).
Consultando os Arquivos da Cúria de Porto Alegre onde se encontram os dados colhidos por Jorge Felizardo, consta que Manoel José Torres de Mello era proveniente da Ilha de São Miguel, Açores.
Casou-se em Rio Pardo com Juliana Ferreira, e com ela teve dez filhos: Emília *1854, Maria Amália *1856, ANTONIO MANOEL DE MELLO *24.05.1859. (meu avô) "Livro 5A (1833/1867) pg. 49v/50, reg. 148 casamento de Manoel José de Mello (nascido na Ilha de S.Miguel/Açores). Juliana Ferreira da Costa (nasc.em Rio Pardo/RS). , Amabilia *1861, Barbara *1862, Manoela *1862 , Francisca *1866, José Honorato (Zezé) *22.12.1866, Juliana *? e João Honório *1872. Não sei se a ordem cronológica esta correta.
Do tio Zezé tenho o Registro de Casamento realizado em 08.10.1900 no "Departamento del Salto, Quinta Sección en Arenrungua" na Republica Oriental del Uruguay, com a tia Cliomendes Souza Soares " tia Pelenda", irmã de minha avó Amélia.
20) JULIANA FERREIRA DA COSTA TERRA - Bisavó (1818-1914) materna de S. P. Annes.
Nascida em Rio Pardo onde casou em 25.02.1854. Seus pais foram José Ferreira da Costa Terra e Maria Brígida da Costa . Seus avós maternos João Ferreira da Costa e Theodora Maria de Jesus Menezes eram dos anos 1770, aproximadamente. Juliana casou com Manoel José Torres de Mello em Rio Pardo/RS e tiveram dez filhos.
João Ferreira da Costa e sua esposa vieram para o "Porto dos Casais" mas terminaram por adquirirem uma sesmaria em Rio Pardo, junto ao Arroio Cabral. Que eu saiba teve Juliana mais dois irmãos: José Marcelino e Maria José. Dos outros que provavelmente houve, não se tem noticias.
Ver os filhos e suas alcunhas na ficha do esposo, pois assim eram chamados pelos irmãos e sobrinhos entre eles minha mãe que chamava a sua tia Juliana de "dindinha Julica". Juliana Ferreira da Costa Terra, segundo ouvia de minha mãe e tios se "era metida em política": "maragata" e de "faca na bota". Faleceu em Rio Pardo/RS em 18.03.1914, na ocasião era, com os filhos proprietária da fazenda das "Marrecas" nos campos de Palmas (território em litígio entre o Paraná e S.Catarina, que terminou ficando com S.Catarina) nas cabeceiras do Xapecózinho.
Alguma data deve estar errada em tudo isto: é difícil crer que casando em 1 854, com 36 anos tenha procriado ate 1872 aos 54. Talvez a data do casamento seja 1834, tendo casado aos 16 anos, nada incomum na época.
21) HORÁCIO PEREIRA SOARES - Bisavô (1820/1830)? materno de S. P. Annes.
Segundo informações do meu tio materno Luiz Soares de Mello, seu avô materno, Horácio Pereira Soares teria vindo de Laguna na retirada de Canabarro e Garibaldi, quando a "Republica Juliana" (Revolução Farroupilha) foi derrotada pelas forças do governo central do Brasil. Esta retirada ocorreu em fins de 1839 e foi por terra, pelo interior de SC. Passaram por Passo Fundo, então um vilarejo, desceram a serra das Antas foram rumo a República Oriental do Uruguay onde Garibaldi se meteu em outra revolução. Horácio ficou em Santana do Livramento aonde veio a se casar com Maria José dos Santos, filha de Amaro Santos e de Ana Carlota Balsemão. Contava o tio Luiz que Horácio era um homem grande e forte e muito peludo. Tia Miloca, Emilia Mello Leiria, contava que o casal teve doze filhos. Perdeu alguns filhos e teve mais doze de criação. Teve duas filhas com o nome de Idalina. Deve ter casado por voltas de 1858 e falecido por voltas de 1910. Meu tio Luiz, nascido em 1904, conta que o avô Horácio nadava, carregando-o nas costas. Meu cálculo para a data de sua morte é baseado nas lembranças do tio Luiz.
Horácio, retirante de Laguna, não era, necessariamente de lá, já que as tropas de Canabarro e de Garibaldi foram do Rio Grande para S. Catarina. É provável que tenha nascido em Livramento mesmo. Procurei dados sobre ele no Bispado de Tubarão/SC, no Bispado de Bagé/RS e no de Taquarembó/ROU (República Oriental Del Uruguay) e nada consegui.
Os filhos de Horácio Pereira Soares e Maria José dos Santos foram: Eudóxia Soares Ilha, Esclarena Soares Ferreira, Raimunda Soares, AMELIA SOARES DE MELLO, minha avó, Cliomendes (Pelenda) Soares de Mello, Antônio Pereira Soares, Nicácio Santos Soares, Maria José Soares Gallarza, Rafaela Santos Soares, Anna Santos Soares e Idalina Santos Soares. Algumas das filhas já com seus nomes de casadas. A minha avó Amélia, e sua irmã Cliomendes casaram com dois irmãos, respectivamente, Antônio Manoel de Mello e José (Zezé) Honorato de Mello. Este teve, que eu saiba, três filhos: Clotilde (Tidoca), Protásio e Honorato.
22) MARIA JOSÉ DOS SANTOS - Bisavó (1820/30-?) materna de S. P. Annes.
Sei que se casou com Horácio Pereira Soares. Não sei se era brasileira ou uruguaia, nem sua idade. Nunca ouvi minha avó falar nela ou em seus irmãos, a não ser na tia Pelenda que vizinhava com ela morando na fazenda "Faxinal do Meio", lindeiros da Fazenda Santa Maria de meu avô, nas cabeceiras do Chapecózinho. Teve doze filhos: Eudóxia que casou com o Cel. Manoel Ilha), Esclarena (casada com José Ferreira), Maria José (teria se casado com um senhor de sobrenome Gallarza), AMÉLIA que se casou com meu avô ANTÔNIO MANOEL DE MELLO, Cliomendes (casada com um irmão de Antônio Manoel de Mello de nome José Honorato de Mello, por alcunha "tio Zezé". Raymunda, da qual não tenho nenhum dado, Rafaela e Anna. E os filhos homens Antônio (Antonico) e Nicácio. Deles também nada sei. Há poucos dias (maio de 1 995) descobri um apontamento onde a tia Milóca me contou que seus pais se chamavam: Amaro dos Santos e Anna Carlota Balsemão. Contava, também a tia Miloca que esta sua avó (Maria José) teve doze filhos, tendo repetido o nome de Idalina já que a primeira Idalina morreu pequena. Alem desses doze, criou mais doze que não eram seus.
Maria José Balsemão dos Santos, provavelmente nascida por voltas de 1 835 {ano do nascimento de outra minha bisavó, Gertrudes (Tudinha), Magna do Pillar, casou em 1858 (?) isto me baseando na data do nascimento de minha avó Amélia (25.06.1865) que foi a quarta filha.
31) JOSÉ (Juca) MANOEL LUCAS DE OLIVEIRA ANNES - (1796-1879) Trisavô de S. P. Annes.
Nasceu em Povo Novo, Rio Grande/ RS e morreu em Cruz Alta (23.11.1879) com 83anos.
ASSENTO DE BATISMO de JOSÉ MANOEL LUCAS DE OLIVEIRA:
"Aos nove dias do mês de Abril de mil setecentos e noventa e seis, na Capela de Nossa Senhora dos Necessitados do Povo Novo, batisei a Jose, filho de Manoel Lucas de Oliveira natural desta Freguezia do Rio Grande e de Anna Maria natural da Ilha do Fayal. Neto paterno de Manoel Lucas e Izabel do Espírito Santos naturais da cidade de Angra. Neto materno de Antonio de Vargas e Maria Jacintha natural da Ilha do Fayal. Naceu a dois de abril de mil e setecentos e noventa e casada com Antonio Silveira. E para constar fiz este assento e o assinei. O capelão Joaquim Jose de Souza. (Conforme Livro de Batismo de Povo Novo, Fls. 5v.): seis. Foram padrinhos Manoel da Rosa Pereira viúvo e Maria Jose Dutra”.
Em seu casamento, realizado em Piratini (L.1, fls. 26v.), não assinou ainda "Annes". Passando a faze-lo por volta de 1834 quando procurador do Cel. Olivério José Ortiz, numa venda de campo (fls.114,L: 1, número 1 de Notas do primeiro distrito de Caçapava), lê-se:
“... pela pessoa de seu bastante procurador José Manoel Lucas Annes..." Assim assinou ele a fls. 117 do registro de escritura e venda da fazenda S.João, como se denominava o campo vendido.
Casou-se a 04.04.1815, aos dezenove anos, com Anna Pereira da Silva, filha do Alferes Joaquim Correa da Silva de Curitiba e de Rosa Maria de Jesus Faria, dos Açores. Agricultor, criador e dono de olaria em C. Alta aonde viveu 49 anos. Presidente da câmara de vereadores de C. Alta de 1841/46 e de 1846/49. Foi negociante em sociedade com seu filho mais novo Veríssimo Lucas Annes.
Faleceu em C. Alta a 23.11.1879 com 83 anos de idade.
Em seu inventário em 1881 no cartório de Órfãos de C. Alta: número 269, M10, E61, consta:
"3 escravos, 4 escravas, 7 casas de moradia, 3 terrenos, uma chácara, e três frações de campo".
Quando pequeno, sua mãe que já era viúva, quando se casou com seu pai Manoel Lucas de Oliveira, novamente enviuvou vindo a se casar com Salvador Antônio Annes, também viúvo. Este, pode-se dizer, foi o verdadeiro pai que José Manoel conheceu e em sua homenagem adotou o sobrenome ANNES. Sua mãe enviuvou, primeiramente de Francisco Alves Machado, de Manoel Lucas de Oliveira seu pai e, posteriormente, também enterrou seu terceiro esposo Salvador Antônio Annes. Para ver algo sobre seus descendentes ver os livros de Marina Xavier e Oliveira Annes e o de José Julio Witte Annes, os dois sobre a descendência de José (Juca) Manoel Lucas Annes.
Segundo Hemetério J.V.da Silveira na parte dedicada a Cruz Alta, de "As Missões Orientais..." Veríssimo Lucas Annes "acabou milionário".
Até tomar conhecimento de "O Sesmeiro do Morro de Sant'Ana" de Jorge Felizardo e de "A Nobre Ascendência de Jerônimo de Ornelas Menezes e Vasconcelos" de José de Araújo Fabrício eu acreditava que o sobrenome ANNES era adotado por nossa família. Inúmeros são os Annes em suas diferentes formas: EANNES. ANES, na genealogia da nora de José Manoel Lucas Annes, Gertrudes Magna do Pillar, esposa de João Lucas Annes, minha bisavó (fato desconhecido por eles e por mim também):
Rodrigo Anes de Sá (meu vigésimo avô).
Rodrigo Anes de Sá (meu décimo sétimo avô).
Pedro Eannes de Ornelas, Francisca Eannes, Senhorinha Eannes (as três minhas décima quintas avós).
Afonso Eannes (décimo quarto avô).
Afonso Eannes de Fraguedo (décimo terceiro avô).
Gonçalo Anes de Velosa (décimo quinto avô).
Dos nove filhos de José M L Annes somente a primeira nasceu em Piratini e o último em Cruz Alta, os demais nasceram em Caçapava. Juca Annes saiu de Povo Novo para Piratini, depois para Caçapava e posteriormente para Cruz Alta, para fugir das invasões castelhanas. A experiência vivida por seu avós e filhos, quando da invasão de Ceballos em 1763 que lhes custou treze anos em um "campo de concentração" em Maldonado Chico (hoje São Carlos perto de Punta Del Este) lhe serviu de aviso.
O inventário citado a cima, cuja inventariante foi sua esposa, Anna Pereira Lucas Annes, se encontra, atualmente no Arquivo Publico de P. Alegre e tem a data de 1881.
32) ANNA PEREIRA DA SILVA - Trisavó (1798-1893) paterna de S. P. Annes.
Nascida em 29 de setembro de 1798 e batizada dia vinte e cinco de dezembro do ano de mil setecentos e noventa e oito no Bispado de Pelotas, L.7-Fls. 2.4v. Onde se lê:
"Anna, filha legitima de Joaquim Correa da Silva, natural de Curitiba, e de Rosa Maria da Ilha do Fayal, neta por parte paterna de Manoel Correa da Silva natural de Cascaes e Anna Pereira da Silva Braga natural de Curitiba; e pela materna de Domingos de Faria e de Marianna Rosa naturais da Ilha do Fayal. Foi batizada pelo reverendo Joaquim José de Souza em Oratório de Nossa Senhora da Conceição do Capão Grande (do Piratinim) de licença minha aos vinte cinco dias do mez de dezembro de mil e setecentos e noventa e oito annos. Forão padrinhos Jose de Faria e Maria do Rosário sua mulher. E para constar fiz este assento que asignei. O Vigário Agostinho Jose Mendes dos Reis Pelotas, 23 de Março de 1957. O Secretario do Bispado Pe. Raul Farin.
Nota: Capão Grande hoje deve ser Piratini, segundo Monsenhor Jose de Pizarro, em "Memórias Históricas do Rio de Janeiro", vol.5, pág.243.
Teve nove filhos e faleceu com 95 anos de idade, a 25.05.1893.
Seu casamento que se realizou em Piratini, onde nasceu, com José (Juca) Manoel Lucas de Oliveira (Annes), ocorreu a 04.04.1815. Sua primeira filha, Marianna Lucas Annes foi bisavó de Érico Veríssimo. Seu segundo filho Manoel Lucas Annes bisavô de José Julio Witte Annes meu amigo e colega de primário e ginásio em Passo Fundo. Seu terceiro filho João Lucas Annes foi meu bisavô paterno. Sua quarta filha, Lúcia Lucas Annes foi bisavó de Heitor Annes Dias clínico de renome nacional. Meu primo, Antônio Carlos de Mello Rostro (o Caio), também é trineto de Anna Pereira da Silva, pela filha Pacífica.
O inventário de Anna está no Arquivo Público de P. Alegre". Cartório de Orphãos e Ausentes, N:366-M:14-E:61-Ano:1890. Seu nome consta como: Anna Pereira Lucas Annes.
33) VIDAL JOSÉ DO PILLAR - Trisavô (1786-1847) de S. P. Annes.
Nascido, provavelmente, em Curitiba então província de S.Paulo, em 1 786, já que foi batizado nesta cidade dia 26 de agosto deste mesmo ano, filho de Luiz José de Oliveira e de Anna Maria da Trindade Barros. Não adotou os sobrenomes dos pais. Este sobrenome, talvez seja uma homenagem à N. Sra. do Pillar (uma aparição de Nossa Senhora sobre um pilar). Casou com Gertrudes Magna de Almeida, filha de João Baptista de Almeida e de Raquel Faustina de Menezes, neta de Jerônimo de Ornellas Menezes e Vasconcellos em cujas terras foi fundada, posteriormente, a cidade de Porto Alegre.
O casal teve doze filhos, sendo sua última filha Gertrudes Magna, "Tudinha", do Pillar a esposa de João Lucas Annes. Ver: "A Família Lucas Annes" de Marina Oliveira Annes, pg.36.
O inventário do Ten.cel.Vidal José do Pillar que teve como inventariante sua esposa Gertrudes Magna de Almeida, teve início em março de 1 847 e se encontra no "Archivo Publico do Estado do RGS" Autos 27. Maço l. Estante 52 e foi feito em Dom Pedrito. Maiores informações na ficha de sua mulher Gertrudes Magna de Almeida.
Foi sobrinho de (irmãos de sua mãe) João José de Barros e Antônio José de Barros tropeiros paulistas e dos primeiros habitantes de Cruz Alta. Afirma Antonino Francisco Xavier e Oliveira, ter sido João José o criador de um caminho para as tropas levadas da região de São Borja para a feira de Sorocaba em São Paulo.
34) GERTRUDES MAGNA DE ALMEIDA - Trisavó (1792-?) de S. P. Annes.
Nascida a dez de dezembro de mil setecentos e noventa e dois, provavelmente em Triunfo, de onde era seu pai, João Baptista de Almeida, lá nascido a 09.11.1766. Sua mãe, Rachel Faustina de Menezes, nascida em 1774, era neta materna de Jerônimo de Ornellas Menezes e Vasconcelos.
Uma de suas filhas, Gertrudes Magna do Pillar veio a se casar com meu bisavô paterno João Lucas ANNES com quem teve: Gervásio Lucas Annes, Juvência Lucas Annes, GEZERINO LUCAS ANNES, Jerônimo Lucas Annes e Gasparino Lucas Annes.
Gertrudes Magna de Almeida casada com Vidal José do Pillar teve doze filhos, sendo que a caçula foi sua homônima Gertrudes Magna de Almeida do Pillar e era chamada de "Tudinha". Gertrudes foi a inventariante do espólio de seu marido o Ten. Cel.Vidal José do Pillar que se encontra no "Archivo" Público do Estado do RGS, autos 27, maço l, estante 52 e foi feito na localidade de D. Pedrito/RS.
Uma curiosidade no dito inventário é o pedido da inventariante ao juiz de Órfãos para que a despreza do mesmo seja feita com o produto da venda de "uma crioula" nascida após a divisão dos bens... O juiz concedeu-lhe o pedido.
Os filhos do casal foram:
LAURENTINA JOAQUINA DO PILLAR nasc. em 1815, casada com Antônio Rodrigues Pereira Apiai, com quem teve cinco filhos Faleceu a 13.05.1846.
MARIA LÚCIA DO PILLAR, nascida em 1816, casada com Antônio de Mello e Albuquerque, militar que participou da revolução Farroupilha como chefe legalista, foi Deputado provincial em três legislaturas, foi comandante militar em Santo Antonio da Patrulha e Cima da Serra. Presidente da Câmara Municipal de Cruz Alta por três quatriênios e juiz de paz do primeiro distrito de Cruz Alta.
MANOEL SÁTIRIO DE ALMEIDA PILLAR, alferes, nasc. em 1818, casou a 06.04.1859 com d. Anacleta Luiza de Araújo, filha de Mardoque de Araújo e de d. Luiza Maria.
VIDAL BATISTA DE OLIVEIRA PILLAR, nascido em 1821.
JOANA BATISTA DE ALMEIDA, nasc. 1823. Casou com Joaquim Veríssimo da Fonseca, nasc. em 1816 em Ouro Preto/MG, filho de Manoel Veríssimo da Fonseca.Tiveram doze filhos.
VICENTE FERREIRA DE ALMEIDA PILLAR, nasc. 14.01.1826.
OLIVÉRIO JOSÉ PILLAR, nasc. a 24.04.1828 em C. Alta.Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo, turma de 21.10.1853.Vereador da Comarca de Sorocaba bem como Coletor Estadual e deputado a Constituinte do Estado de SP. Em 1891 casou com d.Josefina do Nascimento, nasc. em 1836, filha do cap.José Ferreira Prates e de d.Maria Joaquina do Nascimento Braga, tiveram duas filhas.
EMILIA VIDALINA DO PILLAR nasc. 1829. Casou-se em 26.08. 1847 (ano em que seu pai faleceu) com o Cel. Fernando Martins de Araújo França
JOÃO BATISTA VIDAL ALMEIDA DO PILLAR nasc. em 1830, casou com sua sobrinha Marciana Pillar de Mello e Albuquerque.
POLICARPO VIDAL DE ALMEIDA PILLAR nasc. 02.03. 1832 em C. Alta. Foi capitão comandante do nono corpo provisório de cavalaria, em 1867 na guerra do Paraguai.
CRISPIM VIDAL DE ALMEIDA PILLAR nasc. 1833.Tenente casou a 28.02.1857 com sua sobrinha Antônia Rodrigues do Pillar, nasc. em 1841, filha de Antônio Rodrigues Pereira Apiai e Da. Laurentina Joaquina do Pillar.
GERTRUDES (TUDINHA) MAGNA DE ALMEIDA DO PILLAR, nasc. em 1835 em C. Alta onde casou a 02.06.1851 na Matriz do Divino Espírito Santo em C. Alta, com o Cap. João Lucas Annes. Tiveram cinco filhos.
No inventário de Vidal José do Pillar o nome Pillar figura sempre com dois Ls. Assinam o mesmo: Antônio de Mello Albuqerque, Antônio Roiz (deve ser abreviatura de Rodrigues) Pereira, Manoel Satirio de Almeida Pillar, Vicente Ferreira de Almeida Pillar, Fernando Martins França, por Joana Batista Pillar, João Netto de Mattos, Policarpo José do Pillar, João Baptista de Almeida do Pillar e Saturnina Joaquina do Pillar. Seria esta última à mesma primogênita do casal: "Laurentina" Joaquina do Pillar como se vê em: "A família Lucas Annes" de Marina Oliveira Annes, pág.36.
35) JOSÉ FERREIRA PRESTES GUIMARÃES - Trisavô paterno (1800-?) de S. P. Annes e Trisavô materno de Heloisa C. A. Chagas.
Nascido por volta de 1 800 na vila da Lapa então Província de S.P teria ido para Passo Fundo como tropeiro e lá se casou ou veio a casar em Passo Fundo, com Maria do Nascimento Neves filha de Manoel José das Neves (Cabo Neves) e de Reginalda Nascimento Rocha (da Silva?). Tiveram dez filhos, seis homens e quatro mulheres: Eliziário, Belizário, Antônio (nosso bisavô), Francisco, Pantaleão, Jerônimo, Eugênia que se casou com alguém de sobrenome Cunha, Virgília (* 20.01.1854) casada com Bento Fontoura, Emília (batizada em 07.11.1848 sendo seu padrinho Joaquim Fagundes dos Reis) e que veio a se casar com João Vasconcelos.e Francisca que casou com João Müller.
10.07.1999: Dados conseguidos do Arquivo do Sr. Antônio Carlos Machado através do Sr. Dr Pedro Ari Veríssimo da Fonseca, médico em Passo Fundo a quem foi confiado o arquivo, ha uns 15 ou 20 anos, pelo autor:
JOSÉ PRESTES GUIMARÃES (note-se que não consta o "FERREIRA". Filho de Jerônimo José Ferreira Prestes (aqui não consta o "GUIMARÃES" e de Josefa de Oliveira naturais de SP. Escrivão e Juiz de Paz Distrital logo após a criação do município de Cruz Alta a 28.05.1834. Foi comerciante, vereador eleito exerceu nos períodos 1861/64, 1869/72. Procurador da Câmara em 18.08.1877 e secretário da mesma em 1878. Em 1857 solicita ao Juiz de Paz, passaporte para viajar para Triunfo. Juiz de Paz do Distrito de Restinga de 1857/60.
Jerônimo José seria filho de Caetano José Prestes, nome que encontrei na "HISTÓRIA DE RIO NEGRO--ESTADO DO PARANÁ?”, de Raul D'Almeida - Ed. 1976, pág.33. Nele é citado Caetano José Prestes como vendedor de uma fazenda chamada Campo Novo por mil patacões de prata para Francisco de Paula Xavier (o Frade) e as testemunhas: Mathias Teixeira de Almeida e Francisco Manoel Guimarães. A escritura é citada como a primeira Escritura Pública (28 de outubro de 1843) de imóvel, lavrada no Livro de Notas de Rio Negro. A esposa de Caetano José Prestes figura como sendo D. Cláudia Maria Gonçalves. Se for o mesmo Caetano José, meu antepassado, é bom que se esclareça, foi casado três vezes. A mãe de Jerônimo José se chamava Maria Custódia de Barros.
O dr Cláudio Nunes Pereira encontrou na Genealogia Paulista dados sobre os antepassados de José Ferreira Prestes Guimarães que já estão incluídos nesta nova edição da genealogia Annes-Chagas.
36) MARIA NASCIMENTO NEVES - Trisavó (1800-?) paterna de S. P. Annes e Trisavó materna de Heloisa C. A. Chagas.
Nasc. por volta de 1800 em São José dos Pinhais/ SP, filha de Manoel José das Neves e de Reginalda Nascimento Rocha (ou Silva?). Veio a se casar na mesma Vila (ou em Passo Fundo?) com José Ferreira Prestes Guimarães (tropeiro?) de S.José dos Pinhais/SP. Atualmente, Estado do Paraná. Tiveram dez filhos: Belizário, Eliziário, Antônio (de quem descendemos), Francisco, Pantaleão, Eugênia, Virgília, Jerônimo, Emília e Francisca.
Em 11 de Novembro de 1884 ratificou doação feita por seus pais Manoel José das Neves e Reginalda Nascimento Rocha, para a Mitra Diocesana e a Capela, hoje Catedral de Nossa Senhora Aparecida de Passo Fundo. Esta doação data de 1831, mas dela nunca foram encontrados documentos, bem como não foi achada a referência da doação que seu pai obteve da Comandância Militar de São Borja sobre a gleba toda, em 1828/30. Ver Parecer 4769 do Departamento Administrativo do Rio Grande do Sul. Processo 791/12/1940, datado de 01.07.1 940. A terra doada, à Mitra media, aproximadamente, 3x3 quilômetros.
37) FREDERICO SCHULTZ ) -Trisavô (1800-?) paterno de S. P. Annes e trisavô materno de Heloisa C. A. Chagas.
Gótico: FRITHAREIKS. Alemão: FRIEDERICH. Portug: FREDERICO.
Calcula-se que tenha nascido por volta de 1800/10, em Schleswig-Holstein/Dinamarca que a partir de 1846, foi anexada pela Alemanha. No Boletim Do Instituto Histórico do Paraná (n. LII, pg 31, em um trabalho do Sr Waldemiro Bley Júnior, intitulado ¨Subsídios Para a História¨ cita Frederico Schultz como tropeiro de gado cavalar e muar que levava do Rio Grande do Sul, tropas para a Feira de Sorocaba/SP. Diz mais o autor que este trabalho teria proporcionado a Frederico ¨uma vida abastada¨na Lapa/Pr
Segundo dados colhidos em "Passo Fundo Através do Tempo" de Delma Rosendo Gehm, Ed. pela Municipalidade de Passo Fundo, Vol: 1, pág. 21, chegou ao Brasil, vindo de Holstein-"Alemanha", em companhia de vários outros.
Deve ter vindo da Lapa/SP, hoje PR, para Passo Fundo, na época da Guerra do Paraguai (1 865).Pág 21, Vol. do referido livro.
Casou-se (o mais provável é que tenha sido na Lapa/SP) com Francisca de Mello com quem teve a filha Anna Thereza Schultz em 1836. Provavelmente teve mais algum de que não tenho conhecimento.
Em maio de 1893, durante a revolução federalista chefiada na região de Cima da Serra por seu genro Antônio Ferreira Prestes Guimarães, um "Frederico Schultz" ocupou (?) o Povinho do Campo do Meio, com uma força de 150 homens. Diz o referido livro de Delma Rosendo, págs. 42 e 44 que esta força foi desbaratada pelas forças republicanas vindas de Lagoa Vermelha. Neste combate morreu este "Frederico Schultz". Ana Tereza havia morrido em 1888 ou seria ele filho do FREDERICK, ou mesmo seu parente(?); pois morrer em combate aos 93 anos de idade, convenhamos... Acho mais provável que este Frederico seja irmão de Anna Thereza. É uma hipótese, pois, não se fala, nem nada restou, escrito, sobre "os Fredericos" e mesmo sobre Anna Thereza.
Meu avô, Gezerino, genro de Antônio Ferreira Prestes Guimarães e de Anna Thereza em suas:" datas para mim sempre lembradas", deixou esta anotação: "6 de agosto de 1860 nasceu meu irmão Gasparino, nesse dia em 1888 tive uma grande dúvida com meu sogro". Interessante que no dia seguinte, 07.08.1888 ocorreu à morte de Anna Thereza. Esta anotação está riscada como se quisesse anula-la, mas é repetida em linhas seguintes.
Como na certidão de nascimento de Pindaro Annes, neto de Frederico aparece o sobrenome deste grafado: "Chustes", Ha a possibilidade de que este sobrenome esteja erroneamente grafado e que seja "Schulze" ou até mesmo "Schuster" sobrenomes comuns a emigrantes alemães e que são variantes do "Schultz" que supomos ser o de meu trisavô Frederico.
Em "O Trabalho Alemão No Rio Grande Do Sul", Aurélio Porto -Edição 1 996 de Martins Livreiro, pág. 96/7, ao citar os Lanceiros Alemães que tomaram parte na Batalha do Rosário (1827) (...) também eram denominados "Lanceiros Imperiais" dá o nome de Frederico Schullz a um cabo da dita Companhia. A batalha do Passo do Rosário (para os brasileiros) ou batalha de Ituizango (para os castelhanos), ocorreu a 20.02.1827.
Aurélio Porto, na mesma pág. 97, nos diz que: "Existem no Arquivo Nacional as relações completas de todos esses soldados recrutados entre os bons e maus elementos, profissionais das armas. "No 27 de Caçadores aqui citado, encontramos na 1a Companhia um Schulz, sem prenome (pág. 100), na 4a Cia. um outro Schulz, também sem prenome, (pg.101) e na mesma pg. na 5a Cia. um Frederico Schulz e um Carlos Schulz. Na pág. 102 e citado "um corneta Shulz, soldado".
Frederico Não poderia ter tomado parte nas campanhas do Prata dessa época já que chegou ao Brasil em 1833.
Nos "Arquivos" de A. C. Machado, hoje em poder do Dr. Pedro Ari Veríssimo da Fonseca (Passo Fundo) "é encontrado um "Frederico Schultz"” vindo de Rio Negro/SP, hoje Paraná. Fazia parte de um dos primeiros grupos que vieram colonizar Rio Negro e que era originário da "Alemanha". Chegou a Passo Fundo por volta de "1846" Este Frederico teria chefiado um grupo revolucionário na revolução de 1893. Frederico teria casado com Francisca Prestes, festeira, em 1878, na vila, da Santíssima Trindade.
Outro Schultz citado no arquivo de A. C. Machado é Antônio Cunha Correa Schultz, Fiscal da Câmara no primeiro distrito (Restinga) e que era casado com Philippa Prestes Guimarães. Tinha o nome de Philippa Prestes Guimarães, uma irmã de minha avó paterna Maria que foi mandada assassinar pelo marido de sobrenome Schultz, "com a finalidade de vir a se casar com outra" (sic).
Outro se chamava Horácio Schultz.
E ainda um outro, Leonardo Schultz, também vindo da colônia do Rio Negro em 1829. Era casado com Francisca Prestes Guimarães ( homônima!!! da que se casou com Frederico Schultz e que era filha do Gen. Prestes!).Tiveram três filhos: Elvira Prestes Schultz *07.07.1891, Ana Schultz (*1879 e +17.05.1916), casada com Quintino Lamachia e:
28.08.1999: Outra referência encontrada no livro, "ESTADO DO PARANÁ 1829-1929" da Editora Olivero--Curitiba, 1929. cita um "FREDERICO SCHULTZ" que com outros nove imigrantes tedescos: Ernesto Naumann, Frederico Schlichzer, Pedro Tell, Georg Kuisse "Kuss"(?), Wilhelm Flammen, Jacob Laffler, Andreas Mechal, Adolpho Kemmerick e Wilhelm Schuster, vindos de Santos-SP, foram trazidos pelo Ten. Cel. Manoel Francisco Correia Junior, para trabalharem na estrada do Rio Negro, próximo a Curitiba (Província de São Paulo, na época) isto em 1833.
Informações da Paróquia do Senhor Bom Jesus em Rio Negro dizem que deste Frederico Schultz, têm uma única anotação em seu livro de assentamentos: foi testemunha do segundo casamento de Mathias Hau com Marcelina Valério, na década de 1840.
Nota: A estrada da Mata tinha por objetivo alcançar Lages, em Santa Catarina. Era uma picada por onde transitavam as tropas de muares em especial, para abastecerem as Bandeiras paulistas. Estas tropas vinham da região das Missões no Rio Grande do Sul.
Dados da Mitra de P. Fundo (28.12.1999): encontraram um registro de óbito de " um FREDERICO SCHUTEZ" ( note-se que a grafia é diferente da que supomos ser a correta: SCHULTZ") falecido em sua residência, em 1892, cuja esposa se chamava FRANCISCA DE MELLO. Não consta a filiação nem o local de nascimento deste FREDERICO. De sua esposa não foi achado o registro de óbito.
Continuamos as investigações sobre Friederich Schultz, em Rio Negro e na Lapa/PR, já que os dados colhidos são insuficientes (nome dos pais, por exemplo) para que a pesquisa continue na Dinamarca ou mesmo em Schleswig-Holstein/Alemanha, onde contamos com a boa vontade do Sr. Povl Clasen em ajudar-nos.
Síntese:
FRIEDERICH (FREDERICO) SCHULTZ: Trisavô Paterno de S.P.Annes e Trisavô Materno de Heloisa C.Chagas.
*1800/10? Schleswig-Holstein/Dinamarca/Alemanha +1892? Passo Fundo/RS-Brasil.
Não possuímos, até agora (jan. 2004) nenhum dado sobre Frederico referente a sua vida na Dinamarca/Alemanha de onde saiu rumo ao Brasil no início da década de 1830. Não é sabido de que porto saiu aí da Europa.
Ao chegar no Brasil, Frederico Schultz, foi recrutado no porto de Santos/SP em 1833, pelo Tem. Cel. Manoel Francisco Correia Junior, juntamente com outros nove imigrantes¨tedescos¨ (Ernesto Naumman, Frederico Schilichzer, Pedro Tell, Georg Kuisse ou Kuss, Wilhelm Flammen, Jacob Laffler, Andréas Mechal, Adolfpho Kemmerich e Wilhelm Schuster) para irem trabalhar na construção da chamada Estrada da Mata. Citação do livro: ESTADO DO PARANÁ 1829-1929, da Editora Olivero, Curitiba/PR, 1929. A estrada da Mata ligaria Rio Negro/SP a Lages/SC, facilitando a passagem das tropas de muares e de gado que vinham de São Borja/RS para serem comercializados na Feira de Sorocaba/SP. Na Feira de Sorocaba os bandeirantes se municiavam de animais de carga e gêneros alimentícios para suas entradas nas Minas Gerais. Na época o atual Estado do Paraná fazia parte da Província de São Paulo.
Os Arquivos do Porto de Santos/SP só tem dados a partir de 1851 (sic).
Frederico casou-se, provavelmente em Rio Negro com Francisca de Mello, de que nada sei a não ser que com ele tiveram a filha Anna Teresa nascida em 1836 (em Rio Negro?) e provavelmente outros filhos. Foi tropeiro segundo nos diz o Sr. Waldemiro Bley Júnior em seu trabalho intitulado ¨Subsídios Para a História¨, publicado no Boletim do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná ( n.LII. pg. 31. Levava Frederico gado cavalar e muar, do Rio Grande do Sul para a Feira de Sorocaba/Pr, o que lhe proporcionou ¨vida abastada¨, segundo o autor. Posteriormente foi morar em Curitiba onde com sócios abriu uma Fábrica de Bebidas.
Mudou-se para o Rio Grande do Sul, Passo Fundo pela época do início da Guerra do Paraguai, em 1865, É o que nos informa a historiadora passo-fundense Delma Rosendo Gehn em ¨Passo Fundo Através do Tempo¨.
Sua filha Anna Teresa, nascida, provavelmente, em Rio Negro em 1836, já teria uns 20 anos ao casar com Antônio Ferreira Prestes Guimarães em Passo Fundo.
Procuramos informações em Rio Negro, Mafra e Lapa, mas quase nada conseguimos, a não ser que ele foi testemunha do segundo casamento de Matias Hau com Marcelina Valério ocorrido na Paróquia do Bom Jesus em Rio Negro, na década de 1840.
As pesquisas feitas em relação aos Schultz da época das Guerras Cisplatinas
Foram omitidas, nesta edição, após se confirmar que Frederico chegou ao Brasil em 1829.
Sobre a vida e morte de Frederico em Passo Fundo onde viveu por longo tempo, pouco foi encontrado, a não ser uma referência a um ¨Frederico Schultz¨ que teria morrido em um combate na Revolução de 1893 nas proximidades de Passo Fundo. Ele era maragato.
A Mitra de Passo Fundo me forneceu, uma certidão datada de 28.12.1999, de um Registro de Óbito de um Frederico ¨Schuetz¨ , falecido em sua residência, em 1892, e que deixava viúva Francisca de Mello. Estes dados podem se referir ao Frederico meu trisavô já que até o nome da esposa combina. A grafia do sobrenome muitas vezes variava segundo o escriba.
38) FRANCISCA DE MELLO - Trisavó (1800-?) paterna de S. P. Annes e trisavó materna de H. C. A. Chagas.
Nada tenho sobre ela. Até a data de nascimento provável é discutível, bem como a de seu marido Frederico Schultz A hipótese mais viável é que seja natural da Lapa-SP (hoje Paraná). A única certeza é que foram os pais de Anna Teresa Schultz que veio a se casar com Antônio Ferreira Prestes Guimarães, "Gal. Prestes da revolução de 93 de Cima da Serra.
63) MANOEL LUCAS DE OLIVEIRA - Tetra avô paterno (1761-1816) de S. P. Annes.
Alferes Manoel Lucas de Oliveira, n. a 26.10.1761, (L. 4, fls. 102) em Rio Grande, onde casou pela primeira vez com Eugênia Rosa, a 05.05.1785, (L. 2, fls. 56), em Rio Grande. Ela nascida e batizada em S. Carlos de Maldonado, Uruguai, então Bispado de Buenos Aires e filha de Manoel Rosa e de Maria Pereira. Deste casamento houve uma filha: Joana Rosa que casou com João Costa Santos.
Casou-se pela segunda vez, a 27.07.1794, (L. 2, fls.129), em Rio Grande com a viúva de Francisco Alves Machado, Anna Maria de Jesus de Vargas, natural de Fayal/Açores, filha de Antônio de Vargas (falecido ainda na Ilha de Fayal) e de sua mulher Maria Jacinta. Deste casamento houve três filhos: José (Juca) Manoel Lucas de Oliveira, que mais tarde passou a assinar José Manoel Lucas Annes, Ignácia Lucas de Oliveira e Florencia Maria Lucas de Oliveira. Veio a falecer Manoel Lucas de Oliveira antes de 1816.
Assento de Casamento de Manoel Lucas de Oliveira com Anna Maria de Jesus de Vargas. (L.de cas. 2 de Rio Grande -Aberto a 25.09.76. fls.129v):
"Aos vinte e sete dias mês de julho de mil setecentos e noventa e quatro nesta Matriz de S.Pedro do Rio Grande feitas as três canônicas admoestações segundo o Sagrado Concílio Tridentino e Constituição do Bispado. Sem impedimento algum com provisões do Reverendo Doutor Vigário da Vara pelas sete horas da noite em minha presença e das testemunhas abaixo assinadas se receberão solenemente em matrimônio por palavras de presente MANOEL LUCAS viúvo que ficou por falecimento de Eugênia da Rosa com ANNA MARIA viúva que ficou por falecimento de Francisco Alves Machado. E para constar fiz este assento (sic) que com as testemunhas assignei. Vigário Agostinho José Mendes dos Reis. (assin) Domingos Roiz. (assin.) ilegível. Transcrição do livro "A Família Lucas Annes" de Marina Oliveira Annes.
64) ANNA MARIA DE JESUS DE VARGAS - Tetra avó paterna (1769-?) de S. P. Annes.
Chegou ao Continente de S.Pedro do Rio Grande com sua mãe viúva de Antonio de Vargas e c/ seus irmãos: Antônio *1761, Vitória Ignácia *1763, Maria *1771 e José *1775. Sua mãe, Maria Jacinta foi considerada cabeça de casal. Foram assentados no ano de 1781. Todos eram provenientes da Ilha Fayal, Açores. Era viúva de Francisco Alves Machado quando casou com o Alferes Manoel Lucas de Oliveira, por sua vez, viúvo também. O casamento deu-se a 27 de julho de 1794. Novamente viúva, com filhos pequenos, veio a se casar com Salvador Antonio ANNES, sobrenome esse, adotado pelo filho JOSÉ (Juca) MANOEL LUCAS DE OLIVEIRA (ANNES). Daí a origem do sobrenome ANNES na família de José.
O casamento ocorreu em mil setecentos e noventa e sete (1797) e está registrado na fl. 169/verso, de livro segundo de casamentos de Rio Grande. Salvador teve uma só filha com Anna Maria de nome Zeferina Antônia Annes que veio a casar com Serafim Pereira Rosa. Salvador que residiu em Piratini/RS lá mesmo faleceu segundo inventário dado por sua viúva (Autos folha 2 E 37-1830, Órfãos, Piratini). Além de casa e vários escravos, deixou campo na freguesia de Piratini, lindando ao sul com o campo dos herdeiros de Izabel Inácia do Espírito Santo (mãe de Manoel Lucas de Oliveira). Este campo, no inventário que aparece como tendo um quarto de légua de frente por meia quarto de légua de fundo foi avaliado em 600$000. Salvador foi padrinho de Mariana, filha de Manoel (José-Juca-Manoel Lucas de Oliveira) que adotou o sobrenome do padrasto, ANNES. A data do falecimento de Salvador que ocorreu em Piratini foi 22.06.1830 (fls.119, v. L.b. primeiro-Piratini). Assim, Anna Maria de Jesus de Vargas de Oliveira casou-se três vezes, três vezes enviuvando.
O sobrenome ANNES, sob suas outras formas: ANES-ENES-EANES, ou com dois Ns: ENNES-EANNES aparecem na genealogia dos ascendentes de Gertrudes Magna do Pillar, que foi a esposa de João Lucas ANNES, meus bisavós paternos. Entre eles podemos citar o mais antigo (conhecido): Rodrigo ANES de Sá (meu vigésimo avô), nascido por voltas de 1290.Teve ele um bisneto com o mesmo nome, nascido por voltas de 1380 (meu décimo sétimo avo). Pedro EANNES de Ornelas (meu décimo quinto avô) nascido por voltas de 1440. Francisca EANNES (1440). Gonçalo ANES de Velosa (1440). Assim o sobrenome ANNES veio a se reencontrar com o casal João Lucas Annes-Gertrudes Magna do Pillar.
73) MANOEL JOSÉ DAS NEVES -Tetra Avô (1787-1852?) Paterno de S. P. Annes. Tetra-Avô Materno De Heloisa C. Chagas.
Manoel José das Neves, "Cabo Neves", nasceu em S.José dos Pinhais/SP ou Lapa? (hoje Paraná) por volta de 1 790 (em depoimento prestado em 11.06.1835 afirmou ter 48 anos de idade, nascido, portanto em 1787).
Tomou parte na Guerra Cisplatina (Batalha do Rincão das Galinhas (24.09.1825) e, talvez, na do Passo do Rosário 20.02.1827) recebendo do Imperador, como recompensa, uma sesmaria no alto da Coxilha Geral da Serra, na Província do Rio Grande do Sul, logo a oeste do Mato Castelhano, em l828.
Casou-se com Dona Reginalda do Nascimento Rocha, nascida na Lapa, Província de São Paulo, (hoje Paraná) estabelecendo-se por volta de 1830 nesta área, com seu gado e seus escravos, tendo em 1831 requerido as terras em que hoje se situa a atual cidade de Passo Fundo. Dona Reginalda que era muito religiosa doou com o marido uma gleba de 3 km por 3 km para a Mitra de Passo Fundo onde deveria ser construída uma igreja para Nossa Senhora da Conceição d'Aparecida de Passo Fundo.
Ver: As Missões Orientais de Hemetério José V.da Silveira, págs: 373/6. Na época havia na localidade um morador que se chamava Fabrício José das Neves que talvez fosse irmão de Manoel.
Antonino Francisco Xavier e Oliveira em seus vários escritos sobre o Passo Fundo desde suas origens muitas vezes se refere a Manoel José das Neves.
Manoel teve uma filha, entre outros filhos, Maria da Rocha Neves que foi casada com o paulista (tropeiro?) José Ferreira Prestes Guimarães, passando a assinar: Maria da Rocha Prestes. José e Maria foram genitores, de Antônio Ferreira Prestes Guimarães, meu bisavô e também de Heloisa. C. A. Chagas. Os outros irmãos de Antônio foram Belizário, Eliziário, Francisco, Pantaleão, Jerônimo, Eugênia, Virgília, Francisca e Emília (seis filhos homens quatro mulheres).
Manoel José das Neves teve com Reginalda do Nascimento Rocha (ou Reginalda Silva) os seguintes filhos: Salvador Neves Paim (?), Madalena Mariana dos Santos, paulista, casada com Fabrício José das Neves (?), Fabrício José das Neves, casado com Delfina Maria de Oliveira, rio-grandense e Maria das Neves.
Manoel José das Neves voltou das guerras do Prata como Capitão de Milícias, mas era mais conhecido como o "cabo Neves". A citada filha de Manoel José das Neves e de sua esposa Reginalda Nascimento Neves foi Maria da Rocha Prestes que ratificou a doação feita por seus pais para a Igreja Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Esta ratificação ocorreu a (11.11.1884) onze de novembro de mil oitocentos e oitenta e quatro, e foi feita por ela porque seus pais já haviam falecido. A doação consistia de um quadrado de três quilômetros de lado e sobre ele foi aos poucos sendo edificada a cidade de Passo Fundo. Esta doação deu margem a um litígio da Mitra com a Prefeitura de Passo Fundo que só teve seu fim em 08.11.1954.
Ver "A ENFITEUSE E OS TERRENOS FOREIROS DE PASSO FUNDO" pg 199, do segundo vol. de: Passo Fundo Através do Tempo, de autoria de Delma Rosendo Gehm-Ed. 1982. Editado pelo DIARIO DA MANHA, Gráfica e Editora.
A fazenda de Manoel José das Neves nas terras de sua "sesmaria" chamava-se Nossa Senhora Aparecida. Essas terras iam desde o rio Passo Fundo ao Pinheiro Torto e sua sede se localizava nas cercanias da atual Praça Tamandaré. Ver no livro citado a cima, primeiro vol, pág: 13.
Segundo Antonino Xavier de Oliveira, o "cabo" Neves que era monarquista, prendeu o Farrapo Fagundes dos Reis que foi remetido para o R.de Janeiro. Ao voltar, o mesmo Fagundes dos Reis "perdoou-o" quando os Farrapos ocuparam a vila. Da pesquisadora Irene Lopes de P. Fundo, vem a afirmação que o "perdão" foi concedido mediante o confisco de uma tropa de muares de propriedade do "perdoado".
Na época, segundo Hemetério José Veloso da Silveira, em "As Missões Orientais E Seus Antigos Domínios", no capítulo dedicado a Soledade, vivia Fabrício José das Neves (irmão?) aparentado com Manoel José das Neves. Consta, também, como doador, conjuntamente com Manoel José das Neves, Manoel Alves da Cunha, não constando se o mesmo era sócio de Manoel José das Neves ou se doou parte do que só a ele pertencia. Alem de Maria que veio se casar com José Ferreira Prestes Guimarães e passou a assinar Maria Rocha Prestes, parece que o casal Manoel José das Neves e Reginalda Nascimento Rocha teve outros dois filhos: Salvador e Francisco Nascimento Neves, Não tenho certeza.
Segundo Ney Eduardo Possap d'Avila, em: "Uma História Concisa da Cidade e do Município de PASSO FUNDO", Manoel José, sob o comando do Cel.Jerônimo Gomes Jardim tomou parte no combate do Rincão das Galinhas, em 24 de setembro de 1825. Os brasileiros foram derrotados e o soldado Manoel José foi, gravemente ferido, recolhido ao quartel de São Borja e foi promovido. Ficou com profunda cicatriz na cabeça que o acompanhou para o resto da vida. Sua promoção foi por atos de bravura. Acha o autor que é pouco provável que o "cabo" Neves tenha tomado parte no combate do Passo do Rosário que ocorreu a 20.02.1827. O mesmo autor afirma que a 30.11.1831 foi outorgada a Manoel José das Neves a concessão de posse de "uma gleba de terras de quatro léguas quadradas, no alto Uruguai". Os limites eram bastante imprecisos. Do Valinho, para o nascente ia a posse até o arroio do Moinho e Valo dos Antunes. Mais tarde "por artimanhas" dilatou sua posse para o poente até o Pinheiro Torto. No início do período Farroupilha, o cabo de milícias Manoel José foi nomeado alferes da Guarda Nacional, atingindo antes de 1845 o posto de capitão.
A Guarda Nacional foi um corpo militar, com base municipal, criado em 1836, por iniciativa do Padre Diogo Feijó, ministro da Justiça da Regência.
Não são conhecidas as datas do nascimento nem da morte de Manoel José das Neves. Deve ter morrido em 1853, ou antes, já que sua mulher Reginalda da Silva (segundo Possap D'Ávila) ou Reginalda N. Rocha em uma ação perante o Juiz de Paz, datada de 29. de setembro de 1853 é qualificada de viúva. A pouca importância dada ao Cabo Neves na história de Passo Fundo, só nos últimos tempos vem sendo corrigida. O autor acima referido atribui essa pouca importância ao fato de ser o fundador um simples soldado promovido a cabo no Rincão das Galinhas e não um Coronel ou General como em outras cidades.
Um filho de Fabrício José das Neves, Miguel Fabrício das Neves, morreu como tenente no combate do Umbú-Valinho (8 e 9 de fevereiro de 1894). Jacinto, filho de Fabrício José das Neves estava estabelecido no Rincão do Butocaraí como produtor de erva mate, isto em 1858.
Fabrício José das Neves, casado com Mariana dos Santos, ainda vivia na Restinga em 1869.
Salvador das Neves Paim era casado com Francisca Maria das Neves, catarinense; e tiveram um filho chamado Manoel nascido em 21.12.1853.
74) REGINALDA DO NASCIMENTO ROCHA - Tetra avó (1770-?) de S. P. Annes, e Tetra avó materna de Heloisa C. A. Chagas.
Nascida, provavelmente, na década de 1790 em São José dos Pinhais ou Lapa/SP (hoje Paraná), casou com o Cap.de Milícia Manoel José das Neves (Cabo Neves), provavelmente em São José dos Pinhais ou Lapa, mesmo. Com seu esposo doou para a Igreja Católica parte de suas terras para que fosse ali edificada a Igreja dedicada a N.S.da Conceição Aparecida.
Sua filha, Maria Nascimento Neves veio a casar com o tropeiro paulista José Ferreira Prestes Guimarães e passa a assinar Maria Rocha Prestes nome que consta na ratificação da doação feita por seus falecidos pais da gleba de 3 x 3 quilômetros para a Mitra, local aonde veio a se edificar a cidade de Passo Fundo. Além da filha citada, teve Reginalda; com o "Cabo Neves", dois filhos: Salvador e Francisco dos quais não tenho notícias.
127) MANOEL LUCAS - Penta (1731-1802) avô paterno de S. P. Annes.
Nascido na Freguezia de S. Pedro dos Biscoitos, Ilha Terceira, Açores, a sete de setembro de mil setecentos e trinta e um. Filho de Gonçalo Lucas e de Madalena de Assunção naturais da Freguezia de São Pedro, Bispado de Angra na Ilha Terceira, Açores. Segundo o livro "Colonização e Propriedade de Terras no Rio Grande do Sul, Século Dezoito", de Sebalt Rudiger, edição do Inst. Est. do Livro, ano 1965, fez parte dos casais Açoreanos que chegaram em 1752 (ver pág. 61) e recebeu terras no Rincão de Correntes ao norte de Pelotas.
Com a tomada de Rio Grande de S. Pedro por Ceballos em 1763 foi levado, bem como a maioria da população formada por imigrantes Açoritas para S.Carlos em Maldonado hoje República Oriental do Uruguai onde permaneceram prisioneiros por treze anos, conjuntamente com seus familiares. Manoel que já era casado (02.02.1761) com Isabel Inácia do Espírito Santo de Oliveira. Seu primeiro filho nascido a 26.10.1761, Manoel Lucas de Oliveira, era brasileiro. No exílio, prisioneiros dos castelhanos, tiveram mais três: José Lucas de Oliveira, Joana Maria Lucas de Oliveira nascida em 1767 e Francisco Lucas de Oliveira.
Dessa permanência no Uruguai é que vem a assinatura Lucas de Oliveira e não Oliveira Lucas como seria se estivessem no Brasil.
Voltando ao Brasil em 1776, quando foram expulsos os castelhanos, recebeu terras agora em Torotama, Povo Novo, perto de Pelotas. Continuou como agricultor e lá tiveram mais cinco filhos: Vicente Lucas de Oliveira (mais ou menos em 1776), João Francisco Lucas de Oliveira (1778), Lucas, Luiz e Terêncio, todos falecidos antes de 1802. Conforme assento no livro de óbitos número 4, fol. 39 da Paróquia de S. Pedro, faleceu Manoel Lucas a 24.06.1802 em Rio Grande deixando testamento.
Na "Sinópse da História do Rio Grande: 1737/1822, de Edgar Braga da Fontoura, Ed. da FURG/1985", pág. 95, lê-se: A 12 de maio (1763) fez D. Pedro de Ceballos, com triunfal aparato, sua entrada na vila. Os poucos habitantes desta, que aí ficaram, e outros encontrados dispersos pela campanha, foram tratados duramente pelo invasor, sendo remetidos prisioneiros para o sítio de Maldonado-Chico, dando origem ao povoado de S.Carlos, denominação que lhe deu Ceballos em honra do rei de Castella". E adiante, pág. 100: "Treze anos esteve a vila do Rio Grande de S.Pedro em poder dos espanhóis...nova sede do governo, na capela de Viamão, até 1773, e daí em diante no Porto dos Casais, com a nova denominação de Porto Alegre.
Assento de Óbito de Manoel Lucas:
Segundo folha 39v, do livro n. 4, de óbitos de Rio Grande, ano 1800 a 1816. Aos 24 dias do mês de junho do ano de mil oitocentos e dois, nessa Matriz de São Pedro do Rio Grande, na sepultura da "Fábrica das Grades para cima ", foi sepultado tendo falecido com todos os sacramentos e sendo de idade de mais de setenta anos, Manoel Lucas, casado que foi com Isabel Ignácia do Espírito Santo e de quem deixou dois filhos e uma filha. Fez testamento que vai escrito junto com este assento. Foi, amortalhado no Hábito de São Francisco, de cuja Ordem era Irmão Terceiro... Transcrito de "A Família Lucas Annes" de Marina Oliveira Annes...... Existem dados sobre Vicente Lucas de Oliveira na "Historia Genealógica da Família Py" de autoria do genealogista Dr.Gustavo Py Gomes da Silveira na Separata da Revista do Museu Júlio de Castilhos do ano de 1957, pág.16/17. da qual possuo um xerox.
128) ISABEL IGNÁCIA DO ESPÍRITO SANTO - Penta avó (1742-?) paterna de S. P. Annes.
Os colonos açorianos só eram aceitos se fossem Católicos e tivessem a idade de, no máximo, 40 anos os homens, e 30 anos as mulheres. Isabel nasceu na Ilha Terceira / Açores, em 1742. Casou com Manoel Lucas na mesma Ilha Terceira, ele com trinta anos de idade e ela com dezenove. Isto ocorreu dia 02.02.1761. Tiveram nove filhos (ver ficha de Manoel Lucas) sendo o mais velho Manoel Lucas de Oliveira.
Isabel Ignácia do Espírito Santo era filha de Manoel Cardoso de Oliveira e de Apolônia (ou Apolinária) de Jesus Soares.
O filho mais velho, Manoel Lucas de Oliveira nasceu a 26 de outubro de 1761 em Rio Grande/RS.
Segundo H. O. Wiederspahn em "A Colonizacão Açoriana no Rio Grande do Sul" edição. 1979 / pág. 93):
Em 1763, por ocasião da invasão do Continente, foram levados , perfazendo um total aproximado de 300 pessoas, como prisioneiros dos castelhanos, para as proximidades de Maldonado, Maldonado Chico ou São Carlos, numa homenagem ao rei de Espanha, Carlos lll. La permaneceram por treze anos até que os castelhanos, em 1776, foram expulsos do Rio Grande. Esta permanência forçada e que levou os filhos do casal a passarem a assinar: Lucas de Oliveira, como os castelhanos, primeiro o sobrenome paterno e depois o materno. Na ficha de Isabel e de Manoel constam os nomes de todos os nove filhos que tiveram, lá e cá.
Trecho do Testamento de Isabel Ignácia do Espírito Santo (Arquivo Público de Porto Alegre, n.590- M: 26, E l2-1851):
"Eu Isabel Inácia do Espírito Santo seja meu corpo envolto em Hábito da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo de que sou Irmã e fui Priora sepultada na Igreja de minha ordem (fls.6) (...) Declaro que sou natural da cidade de Angra filha legitima de Manoel Cardoso de Oliveira e Apolinaria de Jesus fui casada por palavras de presente a face da Igreja com Manoel Lucas como tenho vivos cinco filhos alem de dois netos filhos de um dos que morreram de nome Manoel Lucas de Oliveira os quais são todos meus legítimos herdeiros (fls. 5 e 6v.) (...)." por ser nesta minha última vontade que fiz escrever por Feliciano Nunes Pires que a meu rogo assina. Rio Grande dezessete de maio de mil oitocentos e quinze (fl 8) (...) A fls 9 do auto n.390 le-se que o testamento foi aprovado a 1-6-1815. E a folhas 10 lê-se.: "e por não saber escrever o fez a seu rogo Feliciano Nunes Pires"... Ainda a fls. 10 vê-se o termo de abertura foi lavrado a 30-3-1816. A avaliação dos bens foi feita a 14-02-1817. O monte-mór da herança (fls.28) foi de 6:759$820 (ou seis contos, setecentos e cincoenta e nove mil e oitocentos e vinte reis). Entre os bens figuram um campo com uma légua de comprido por uma de largura por 1:800$000 e outro com uma légua de comprimento por 3/4 de largura por 1:600$000 ambos em Piratini (fls. 25). O gado de cria a 1$600 a cabeça e cavalos mansos a 3$000.
Transcrito de "A Família Lucas Annes" de Marina de Oliveira Annes.
Como se pode notar, pelo inventário, Isabel Ignácia era analfabeta.
129) ANTÔNIO DE VARGAS - Penta avô (*1740 +1774/81?) de S. P. Annes.
Deste antepassado só sei que faleceu no mesmo local onde nasceu (Faial/Açores), tendo sua viúva Maria Jacintha emigrado para o Continente de S.Pedro do Rio Grande com cinco filhos, figurando como "cabeça de casal". Ver ficha de Maria Jacintha. Antônio deve ter falecido entre os anos de 1774 e 1781, pois seu filho mais moço (José) nasceu em 1775 e sua família aqui chegou em 1781 vindo de Fayal/Açores. Ver Rev. do Inst. Hist. e Geogr. do RGS, numero 124. Ano 1986, pág.155. O autor Dr. José Araújo Fabrício, em "Os Vargas - Uma Estirpe Faialense no Rio Grande do Sul", afirma que nada encontrou nos livros eclesiásticos consultados sobre Antônio de Vargas natural de Fayal/Açores e seus familiares, em P.Alegre, Viamão, Aldeia dos Anjos (Gravataí), Santo Antonio da Patrulha, Triunfo, Rio Pardo,Taquari e Encruzilhada. No entanto, no livro de Maria Helena Peña Ghisleni: "Açorianos no Rio Grande do Sul, Documentos Interessantes", encontramos referências ao casal e filhos.
130) MARIA JACINTA - Penta avó (1736-?) de S. P. Annes.
Dados colhidos no livro "Açorianos no Rio Grande do Sul Documentos Interessantes" de Maria Helena Peña Ghisleni , pagina 57- documento 67:
'Nas fortalezas se deixe passar a MARIA JACINTA, cabeça de casal, vinda das Ilhas com seus filhos Antônio de Vargas, Vitória Inácia, Ana, Maria e José que vão estabelecer-se no continente do Rio Grande. Rio a 08.06.1781.
Página 58- Anexo ao doc. 67: Naturalidades. MARIA JACINTA, viúva que ficou de ANTÔNIO de VARGAS, idade de 45 anos natural da Ilha do Fayal, freguesia do Senhor Santo Cristo, onde foi batizada. Filhos: Antônio de Vargas de 20 anos (1761), Vitória Inácia de 18 anos (1763), Ana de 12 ditos (1769), Maria de 10 ditos (1771), José de 6 ditos (1777). Filhos da mesma Ilha e freguesia. Desembarcaram a 16 de agosto do corrente ano e principiaram a ser municiados do dito dia. Vila de São Pedro do Rio Grande a 04.09.1781. Pág, 57 Anexo ao Doc.67.
Relação das pessoas vindas das ILHAS que por ordem do Ilmo.Exmo.Sr. Vice-Rei vão se estabelecer no Continente do Rio Grande e vão a sumaca N. Sra. da Penha S. Antônio e Almas de que é mestre Dionísio Rodrigues. Maria Jacinta - viúva. Filhos: Antônio de Vargas, Vitória Inácia, Ana, Maria, José. Ferramentas que levam e a devem apresentar nesse continente: espingarda, 1; enxada, 1; foice, 1; machado, 1; picareta, 1; serra, 1; enxó, 1; fechadura, 1; martelo, 1.
Rio de Janeiro, 3 de junho de 1781.
Esta filha Ana, se chamava, na realidade Ana Maria e veio, a se casar, com Manoel Lucas de Oliveira. Tendo dois filhos mais em segundas núpcias.Ver ficha: Ana Maria de Vargas.
Maria Jacinta foi uma mulher de muita coragem pois se abalou da Ilha de Fayal, viúva, com cinco filhos, tendo recebido ao chegar no Rio de Janeiro as ferramentas citadas à cima para recomeçar a vida.
265) JOÃO PEREIRA BRAGA - Hexa avô (1700-1747) paterno de S. P. Annes.
Deve ter nascido por volta de 1700, e falecido a 07.08.1747. Casado com Josefa Gonçalves da Silva, falecida em 29.06.1799. Ignoro o local de nascimento, a data, bem como o local de falecimento do casal.
Foram pais de Anna Pereira Braga, nascida em Curitiba então S.Paulo em 1732 e falecida em 29.11.1790.
Em fins de out.de 1995 recebi de P. Fundo do Eng.Cesar Lopes, o livro: Raizes e Pioneiros do Planalto Médio de autoria de Roselys Vellozo Roderjan que na pág.23 nos informa ter vindo João Pereira Braga para o Brasil por voltas de 1710 a chamado de seu tio Manoel Gonçalves de Aguiar possuidor de várias fazendas nos campos de Curitiba e nos Campos Gerais. Era casado com Josefa Gonçalves da Silva, ambos naturais de Portugal. Este casal se estabeleceu na Fazenda "do Carlos" e teve enorme descendência. Deles descendem os Santos Pacheco, Pacheco de Lima, Santos Lima, Pereira da Silva, Resende, França, Correa de Lacerda, Moura, Ferreira Bueno. Descendentes seus foram povoar Cruz Alta e outras vilas desta região serrana do Rio Grande do Sul.
Os descendentes de João Pereira Braga eram moradores da vila do Principe, Lapa/Capitania. de São. Vicente, hoje Lapa/PR. Sua filha Ana Pereira Braga, que casou com Manoel Correa da Silva nascido em Portugal, foi mãe de Joaquim Correa Pereira da Silva nascido em Curitiba/SP, hoje PR, em 1766. Este se casou com Rosa Maria de Jesus Faria, açorita e foram pais de Ana Pereira da Silva nascida em Piratini/RS em 29.09.1 798 e falecida em 25.05.1893, provavelmente em C.Alta onde viveu, casada com José (Juca) Manoel Lucas (de Oliveira) Annes por 64 anos --de 04.04.1815 até a morte de Juca em 23.02.1879. Como se constata, Ana Pereira da Silva, viveu 95 (noventa e cinco) anos.
266) JOSEFA GONÇALVES DA SILVA Hexavó (1700?-?) paterna de S. P. Annes.
Nascida por volta de 1700, casada com João Pereira Braga, provavelmente em Curitiba, mãe de Anna Pereira Braga, nascida em Curitiba em 1732 e falecida em 29.11.1790. Josefa teria falecido em 1799 com quase cem anos de idade.
285) JERÔNIMO DE ORNELAS MENEZES E VASCONCELOS - Hexavô (1690-1771) paterno de S. P. Annes.
Jeronymo de Ornellas de Vasconcellos e Menezes ou Hieronimo d'Ornellas de Vasconcellos e Menezes.
Meu "primeiro encontro", com Jerônimo, foi proporcionado pelo colega e amigo Dr. Paulo Xavier que me orientou quanto ao que se tinha publicado sobre ele. Jerônimo Dornelles de Menezes e Vasconcellos eram as variadas formas com que se escrevia seu nome. Outra curiosidade é que não assinava nem um dos nomes de qualquer um de seus pais, João Manoel Pestana de Veloso (a) e Antônia Moniz (Muniz). Sua avó materna era Menezes.
Nasceu na Ilha da Madeira, aldeia de Santa Cruz, perto de Machico e casou-se em São Paulo com D. Lucrécia Lemes (Lems de origem flamenga) Barbosa.
No Continente do Rio Grande de São Pedro teve sua sesmaria outorgada em 1740, na margem esquerda do Gravatahy (registro nos livros da Câmara da Laguna). Nesta sesmaria está incluído o Rincão de São Francisco, que é como se chamava a colina, parte mais antiga da cidade, Altos da Bronze. Vide: Troncos Seculares do Gen. Borges Fortes. Na encosta sul do Rincão de S.Francisco se situava o Porto do Dornelles na então chamada Lagoa do Viamão que já foi considerada rio, lago e estuário. Hoje (2000) voltou a ser denominado de Lago Guaíba e a Lagoa dos Patos passou a Laguna dos Patos -Ver Atlas Ambiental de Porto Alegre).
A sesmaria de Jerônimo de Ornelas se denominava Sesmaria de Santana e ia do Rio Gravataí até o Arroio Dilúvio que hoje está canalizado e é marginalizado pela Av. Ipiranga. Ia até o Morro Santana onde se situava a casa de Jerônimo. O Arroio passava sob a "Ponte de Pedra", hoje monumento histórico de Porto Alegre e desaguava logo adiante no Guaíba.
Do Arroio Dilúvio até o Arroio Cavalhada, hoje também canalizado, ficava a Sesmaria de São Jorge, de propriedade de Sebastião Francisco Chaves. Mais ao sul, do Arroio Cavalhada até o arroio do Salso era a Sesmaria São Gonçalo de Dionísio Rodrigues Mendes. Até hoje, na Vila Conceição, temos o topônimo "Ponta do Dionísio" a nos lembrar seu primeiro proprietário.
Entre seus filhos, está Gertrudes Barbosa Menezes, nascida em Viamão no ano de 1736 e que veio a se casar com o português Luiz Vicente Pacheco de Miranda, meus quinto avós paternos. Tiveram ao todo, dez filhos. Teve, ainda, Jerônimo, mais dois filhos: Lourenço Dorneles de Menezes, filho de d.Maria Cardoso, índia, natural da Lagoa Dourada/MG e Maria Esperança, com d.Maria da Luz. Segundo relata em seu: "Dos Descendentes do Vicentista Pedro Leme..., Cap. H. O. Wiederspahn, na Rev.do Inst. Hist. e Geo. do RS, primeiro trimestre de 1946, pág. 156, foi o desgosto proporcionado por seu filho José Raimundo Dorneles, que "assassinou a traição" o colonizador Antonio Agostinho Castel-Branco que o levou a mudar-se para a freguesia do Senhor Bom Jesus do Triunfo, vendendo sua Sesmaria em 04.12.1762 por 8:000$0000 (oito contos de reis) para Inácio Francisco.
Jerônimo nasceu na aldeia de Santa Cruz, perto e ao sul de Machico, Ilha da Madeira. Para uns em 1690, para outros em 1691. Os dez filhos, que teve com Lucrécia Leme Barbosa, foram: 1) Fabiana de Ornelas que com José Leite de Oliveira tiveram nove filhos. 2) Rita de Menezes que com o Cap. Francisco Xavier de Azambuja tiveram doze filhos. 3) Antônia da Costa Barbosa que com Manoel Gonçalves Meireles tiveram doze filhos. 4) Maria Leme Barbosa que com o Ten.Francisco da Silva tiveram onze filhos. 5) Gertrudes Barbosa de Menezes que com Vicente Pacheco de Miranda tiveram treze filhos, entre eles Raquel Faustina de Menezes, minha quarta avó que veio a se casar com João Batista de Almeida. 6) Clara Barbosa de Menezes que com João Fernandes Petim tiveram dez filhos.7) Tereza Barbosa de Menezes que com o Alferes Agostinho Gomes Jardim tiveram doze filhos. 8) Brigida Ornelas de Menezes que com Jacinto Roque Pereira Guimarães tiveram onze filhos. 9) José Raimundo Dorneles provavelmente falecido solteiro e sem filhos. 10) Manoel Dorneles falecido solteiro aos 22 anos de idade. 11) Lourenço Dorneles de Menezes, filho que teve com d. Maria Cardoso, índia natural da Lagoa Dourada/MG. Nasceu Lourenço na freguesia de S.José dos Pinhais bispado de SP (hoje PR), casou com Da. Maria da Luz Lopes, natural da Espanha e tiveram oito filhos. 12) Maria Esperança filha que teve com Da.Luciana da Luz e que teve um filho. Teve, assim, Jerônimo de Ornelas Menezes e Vasconcelos (com três mulheres) doze filhos e cem netos. Por isto dizem os genealogistas que a metade do Rio Grande do Sul descende de Jerônimo de Ornelas Menezes e Vasconcelos.
Jerônimo veio a falecer na vila de Triunfo/RS, a 22.09.1771 e no livro 1, de óbitos, pg.39, foi feito o assentamento. Ver os detalhes do acima relatado, na Revista Genealógica Brasileira, ano 1940, pg. 35/41, em "O Sesmeiro do Morro de Sant'Ana de Jorge G. Felizardo.
Nota:
A pesquisa genealógica até Jerônimo de Ornelas foi facilitada pelos trabalhos dos genealogistas citados na bibliografia.
Jerônimo, por ter sido o primeiro português (madeirense) a receber sesmaria no local em que futuramente se criaria a cidade de Porto Alegre, despertou a atenção desses estudiosos da História do Rio Grande do Sul.
A partir de D.Pedro I de Portugal a pesquisa foi feita nas Histórias de Portugal e Espanha, inseparáveis em suas origens, tendo como importantes aportes os Historiadores Alexandre Herculano e Oliveira Martins, bem como o Armorial Lusitano de Zuquete.
Encontrando a "home-page" de Brian Tompsett da Universidade de Hull, do Reino Unido, os dados se multiplicaram resultando no que aqui está sendo apresentado.
A partir da primeira edição de setembro de 1997 já fizemos mais cinco edições desta Arvore Genealógica e agora, em junho de 1999 esta última, décima edição.
Todo o dado novo ou retificações que possam surgir, merecerão novas edições.
Os dados das famílias mais simples, como os NEVES, FERREIRA PRESTES, SCHULTZ, GUIMARÀES, PEREIRA SOARES, BALSEMÀO, MELLO, etc., são os mais difíceis de encontrar.
Se alguém dispuser de alguma informação, agradeceria se me fornecesse.
286) LUCRÉCIA (neta) LEME BARBOSA - Hexa-avó (1700-1800) de S. P. Annes.
Nascida em Guaratinguetá, S. Paulo por voltas de 1700, casou-se com Jerônimo de Ornellas nascido na Ilha da Madeira. Vieram para o Continente do Rio Grande de S.Pedro onde se instalaram na sesmaria recebida em 1740.
A "carta de sesmaria" foi passada por d.Luiz de Mascarenhas e confirmada por carta régia de 23 de janeiro de 1774, registrada a 11 de dezembro do mesmo ano e visada por Gomes Freire, a 20 de julho de 1754. (ver: Jorge Felizardo em "O Sesmeiro do Morro de Santana"). Seu casamento ocorreu em Guaratingueta/SP no ano de 1723. Tiveram dez filhos. Filha de Baltazar Correia Moreira e de Da. Fabiana da Costa Rangel (ver ascendência na Rev. do Inst. Hist. Geograf. do RGS, Primeiro Trim. /1946, pág. 151). Lucrécia faleceu na freguesia de Nosso Senhor Bom Jesus do Triunfo em 02.10.1800 e seu esposo Jerônimo de Ornelas, também na mesma Freguezia a 22.09.1771. Ao todo, as dez filhas, de Jerônimo e Lucrécia tiveram noventa e um filhos. Seus dois filhos homens, morreram solteiros e não se conhecem descendentes seus.
2 293) JERÔNIMO D'ORNELAS E ABREU - Nonavô (1620-?) paterno de S. P. Annes.
Nascido por volta de 1620. Filho de Luzia d'Ornelas e de Antônio Garcia de Gamboa. Sargento-mór da Capitania de Machico/Ilha da Madeira, casou em primeiras núpcias com d. Izabel Pereira, filha do sargento-mór Vasco Rodrigues de Carvalho e de d. Maior (Mayor) Pereira. Em segundas núpcias casou com Da. Bernarda de Menezes, Filha de Manoel de Castro, do Porto Santo/Ilha da Madeira, e de d. Maria Menezes, em Machico. Deste casamento houve Izabel Muniz de Menezes, nascida por volta de 1640 que se casou em 1670 com Manoel Homem da Costa, filho de Pedro Jorge d'Arvelos e de d. Isabel de Souza. Neto paterno de Gaspar Rodrigues e de d. Catarina d'Arvelos; neto materno de Gaspar Fernandes e de d. Guiomar Luiz.Tiveram os seguintes filhos: Antônia Muniz que em 1690 casou com João Pestana de Veloso (ou João Manoel Pestana de Veloso) que foram os pais de Jerônimo de Ornelas Menezes e Vasconcelos.
2 294) BERNARDA DE MENEZES - Nona (1620-? ) avó paterna de S. P. Annes.
Filha de Manoel de Castro, da Ilha do Porto Santo e de D. Maria de Menezes, casados em Machico/Ilha da Madeira/Portugal. Foi a segunda esposa do sargento-mór Jerônimo de Ornelas de Abreu (Neto), filho de Antônio Garcia de Gambôa e de d. Luzia de Ornelas. Era sua filha, Isabel Muniz (Moniz) de Menezes que veio a se casar com Manoel Homem da Costa.
4 603) PEDRO LEME (NETO) - Décimo (1560-?) avô paterno de S. P. Annes.
Nascido em São Vicente/São Paulo por voltas de 1560. Filho de Braz Tevez e de Leonor Leme de Funchal/Ilha da Madeira. Casado em primeiras núpcias com Helena de Prado, filha de João de Prado e de Dna. Felipa de Vicente, primitivos povoadores de São Vicente. Foi seu filho Mateus Leme de Prado que casou em São Paulo em 1642 com Dna. Beatriz Barbosa do Rego.
4698) IGNES CAMACHO - Décima (1560-?) avó paterna de S. P. Annes.
Filha de Domingos Luiz "O Carvoeiro" e de Anna Camacho. Primeira de uma série de sete irmãos: (Ignêz Camacho), Leonor Domingues, Domingas Luiz, Bernarda Luiz, Domingos Luiz, "o moço ", Antonio Lourenço e Miguel Luiz.
Antonio Lourenço, como Ignes, também é antepassado de José Ferreira Prestes Guimarães.
Do primeiro casamento, com Francisco Teixeira, falecido em 1594, em S. Paulo, teve Ignes, os seguintes filhos: Padre Antonio Teixeira, Domingos Teixeira, Francisco Teixeira e "um cujo nome não se lê". (Geneal. Paulistana, de Silva Leme, vol 1° pág 49).
Em segundas nupcias casou-se com João da Costa Lima ( por alcunha "o Mirinhão" ) falecido em 1639, vindo a ter nove filhos: João da Costa, Anna da Costa, Izabel da Costa, Maria da Costa, Simão da Costa, Maria de Lima, Paschos da Costa, Álvaro da Costa e Margarida de Lima.
9 187) JOÃO DE PRADO - Décimo primeiro (1510) avô paterno de S. P. Annes.
Nascido cerca de 1540. Com sua esposa Dna. Philippa de Vicente fizeram parte dos primitivos povoadores de São Vicente/SP. Ambos nascidos em Portugal, ele de Olivença/Tras os Montes. Faleceu no dia 13 de fevereiro1597 no arraial do capitão-mor João Pereira de Souza Botafogo, no sertão da Parnahiba.
Era de tanto valor e prestígio na Capitania de S.Vicente (dados de Washington Luiz em "Na Capitania de São Vicente" pág.151) que os cronistas, jesuítas espanhóis, fazem-no chefe da entrada, durante a qual morreu. Na verdade o cabo (chefe) foi João Pereira de Souza. Washington Luis também chama a atenção para a grafia do nome, "de Prado" e não, "do Prado".
Deixou numerosa descendência.
João de Prado e Philippa de Vicente que era filha de Pedro Vicente e de Dna. Maria de Faria, foram pais, entre outros de João de Prado Filho que casou com Dna. Maria da Silva de San Paio e Dna. Helena de Prado que casou com Pedro Leme (neto) ambos de S.Vicente/SP. Os descendentes dos irmãos João de Prado Filho e Helena de Prado vão se encontrar na pessoa de Lucrécia Leme Barbosa Neta (hexavó de S. P. Annes) que foi esposa de Jerônimo de Ornelas Menezes e Vasconcelos.
9 188) PHILLIPA DE VICENTE - Décima primeira (1510) avó paterna de S. P. Annes.
Nascida por volta de 1540. Filha de Pedro Vicente e de Dna. Maria Faria. Casada com João de Prado. Da Província de Alem-Tejo/Portugal, o casal fez parte dos primeiros povoadores da capitania de S.Vicente, de Martim Afonso de Souza.
Foi mãe de João de Prado Filho e Helena de Prado, entre outros.
9 207) BRAZ TEVES (ESTEVES) e
9 208) LEONOR LEME "A VELHA". - Décimo primeiros (1530-1 633) avós paternos de S. P. Annes.
Os dois nasceram e se casaram na Ilha da Madeira, vindo para a Capitania de São Vicente/SP com Pedro Leme e sua esposa Luzia Fernandes. Leonor nasceu antes de 1540 e faleceu em São Paulo a 13.01.1633. Quando se mudaram para a Vila de São Paulo já tinham seus cinco filhos: Pedro Leme (neto) que foi meu décimo avô, Mateus Leme, Aleixo Leme, Braz Leme e Lucrécia Leme.
9293) DOMINGOS LUIZ, "O CARVOEIRO" - Décimo Primeiro (1530-1615) avô paterno de S. P. Annes.
Título Carvoeiros: Teve princípio esta família em Domíngos Luiz, "O Carvoeiro" natural de Marinhota, Freguezia de Santa Maria da Carvoeira, cavaleiro professo da Ordem de Christo, fallecido, em 1615, com testamento em São Paulo, filho de Lourenço Luiz e de Dna. Leônor Domingues, naturaes de Portugal. Foi fundador da capella de N. Senhora da Luz no sítio do Guarepe, que antes fôra por elles erecta no sítio chamado - Piranga-- e que em 1603 foi mudada para a mencionada paragem, onde hoje existe o recolhimento da Luz, sendo instituido seu administrador o filho Antonio Lourenço com os encargos de beneficiar, conservar e celebrar as festividades e offícios religiosos na mesma capella. Foi casado com Anna Camacho, que falleceu com testamento de mão commum em 1613 em São Paulo, filha de Jeronimo Dias Cortes e de D...Camacho, por esta, neta de Bartholomeu Camacho e de Catharina Ramalho, por esta, bisneta de João Ramalho e de Izabel Dias, por esta, terneta do régulo Tebiriçá (esta ascendência de Anna Camacho, até João Ramalho, tiramos de um apontamento escripto pelo punho do reverendíssimo Dr. Guilherme Pompeo em seu livro - Razão); segunda vez casou-se Domingos Luiz com Dna. Branca Cabral, viuva de Simão da Costa, filha do governador Pedro Alvares Cabral, natural da Ilha de São Miguel, e de sua mulher Suzana Moreira........
teve com Anna Camacho os seguinte filhos: Ignez Camacho, Leonor Domingues, Domingas Luiz, Bernarda Luiz, Domingos Luiz, "o moço", Antonio Lourenço e Miguel Luiz. (da "Genealogia Paulistana", 1° vol. pág.48/9, de Luiz Gonzaga da Silva Leme ).
18 417) PEDRO ( PERO ) LEME - Décimo segundo (1540-?) avô paterno de S. P. Annes.
Nascido em Funchal/Ilha da Madeira emigrou para São Vicente/São Paulo/, antes de 1540 em companhia de sua filha Leonor e de seu genro Braz Teves (ou Esteves) que era artífice carpinteiro e plantador de cana com seu sogro Pedro. Segundo se lê em Ilka Neves, mudou-se para o Brasil também por questões familiares decorrentes de seu primeiro casamento com Luzia Fernandes "cuja origem não se sabe". Luzia que era, como Pedro, natural da Ilha da Madeira, veio a falecer em 1560 em S.Vicente, sendo sepultada na Igreja de Nosso Senhor, então Matriz da Vila.
Em São Vicente herdou do pai, propriedades, entre elas a parceria na produção do Engenho de São Jorge dos Erasmos. Revindicou e obteve reconhecimento dos direitos de fidalgo da Casa del Rei, por despacho de sentença de 03.10.1564 (Ilka Neves).
Devido à decadência da industria açucareira de S.Vicente a partir de 1591, e após a Vila e arredores serem atacadas e assoladas por corsários ingleses sob o comando de Sir Thomas Cavendisch, Pedro se desfez de suas propriedades e mudou-se para a Vila de São Paulo. Pedro casou-se pela segunda vez, ainda em S.Vicente com Grácia Rodrigues de Moura, filha de Gaspar Rodrigues de Moura, tendo com ela a filha Antônia nascida entre 1590 e 1592 em S.Vicente. Antônia deve ter morrido criança já que não consta do inventário de seu pai datado de 1603.
36 713) JOÃO FERNANDES DE ANDRADE "O DO ARCO" - Décimo terceiro (1500?-1527) avô paterno de S.P.Annes.
Foi o primeiro dos Andrades a ir para a Ilha da Madeira, em companhia de seu irmão, por parte de pai, Diogo Fernandes de Andrade, recebendo ambos do rei D. João ll, muitas terras situadas no lugar chamado Arco da Calheta, donde lhe vem a alcunha de João Fernandes "O do Arco".
Serviu na África com seus filhos Antônio, Jerônimo e Francisco. Ver: "A Nobre Ascendência de Jerônimo de Ornelas..." do Dr.José de Araujo Fabrício na Revista do Inst. Hist. e Geogr. do RGS ano 1948. pág. 261.
Casado com Dna. Beatriz de Abreu, filha de Rui Gomes de Abreu e de Dna. Ines Brandão, filha de Fernão Sanches Brandão. É pouco provavel que a data de seu nascimento esteja correta.
Faleceu a 09.04.1527, pouco depois de ter ficado viúvo.
36 714) BEATRIZ (BRITES) DE ABREU - Décima terceira (1500) avó paterna de S. P. Annes.
Filha de Rui Gomes de Abreu e neta de Pedro Gomes de Abreu e de Inez Brandão, filha de Fernão Sanches Brandão.
Casada com João Fernandes de Andrade o do Arco (da Calheta), eram pais de Branca Fernandes de Abreu que veio a se casar com Álvaro de Ornelas de Saavedra que por sua vez foram pais de Jerônimo de Ornelas de Abreu, meu décimo-primeiro avô paterno. Foram ainda, Beatriz e João Fernandes pais de Antônio, Jerônimo e Francisco de Abreu (os três filhos assinavam o nome da mãe, exclusivamente). Brites é outra forma de Beatriz, bem como Breatiz e Beatrix.
36 835) ANTÃO LEME - Décimo terceiro (1500) avô paterno de S. P. Annes.
Filho de Antônio Leme e de Catarina de Barros.
Na época o filho mais velho herdava os títulos e os bens do pai e os mais novos ficavam "a ver navios". Isto ocorreu com um descendente dos Ornelas (Francisco de Ornelas, nasc. em 1613 na Freguezia da Natividade do Faial, Diocese de Funchal ) lá mesmo da Ilha da Madeira que só herdaria o sobrenome, trocou-o e veio para o nordeste do Brasil e aqui se tornou famoso com o nome de João Fernandes Vieira que eram os sobrenomes adotados de seu bisavô Antônio FERNANDES das Covas e de seu trisavô Pedro VIEIRA ( Ver O Sesmeiro do Morro de Sant'ana de Jorge G. Felizardo).
Pelos mesmos motivos, mas sem trocar o nome veio da mesma Ilha da Madeira, bem antes, entre os anos de 1532 e 1544 Antão Leme para a Capitania de São Vicente/São Paulo para continuar no negócio de cana de açúcar. Veio, já viúvo de seu casamento em Funchal, com as mudas de cana mandadas buscar da Ilha pelo Cap. mor. D. Martim Afonso de Souza (1500-1571). Inicialmente instalou o "Engenho do Governador", o depois famoso "Engenho de São Jorge dos Erasmos, em Santos. Antão residiu em São Vicente e como era alfabetizado, chegou a ser Juiz Ordinário da sua Câmara em 1544.
Teve um único filho, Pedro Leme. Não se sabe se faleceu aqui ou retornou à Ilha.
73 249) LANÇAROTE TEIXEIRA - Décimo quarto (1470) avô paterno de S. P. Annes.
Foi o quarto filho do cap.Tristão Vaz e de Dna. Branca Teixeira. "Foi grande cavaleiro, fidalgo da casa real, um dos homens mais ricos da época, luz e ornamento de Machico, senhor mui nobre", no dizer de Frutuoso em "Saudades da Terra": "Instituiu em seu filho primogênito, o morgado da "Pena d'Água".
Casou no Algarve/Portugal com Dna. Brites de Góis, falecida em 1568. Era irmão de Tristôa Teixeira que veio a se casar com João Uzadamar, também meus décimo quarto avós.
A origem do nome "Lançarote", segundo o "LELLO"-lll vol. História e Geografia, pág.1700 "LANÇAROTE DO LAGO, um dos cavaleiros da Tavola Redonda. Educado pela fada Viviana no fundo dum lago. Libertou a rainha Genebra mulher do rei Artur e tornou-se seu amante". Lançarote é a forma portuguesa de Lancelot.
Lançarote e Tristôa, filhos de Tristão Vaz e de Dna. Branca Teixeira, vieram a se tornar trisavós de Maria de Menezes que por sua vez foi trisavó de Jerônimo de Ornelas Menezes e Vasconcelos, meu hexa-avô.
73 250) BRITES ( BEATRIZ ou BREATIZ ) DE GÓIS - Décima quarta (1470-?) avó paterna de S. P. Annes.
Filha de Lançarote Teixeira e Brites de Góis e neta de Tristão Vaz e Branca Teixeira. Irmã de Joana Teixeira que foi esposa de Vasco Martins Moniz, falecido em 1510 e filho de Henrique Moniz e Ines de Menezes. Foi esposa de Jorge Pestana da Câmara. As irmãs, Joana Teixeira e Beatriz (formas arcaicas de grafar este nome: Breatiz e Brites) de Gois são minhas décima-terceiras avós paternas. Beatriz de Gois e seu esposo Jorge Pestana da Câmara, bisneto de João Gonçalves Zargo (Zarco) da Câmara de Lobos, descobridor (com Tristão Vaz e Bartolomeu Perestrello) da Ilha da Madeira em 1420, foram pais de Gabriel Pestana da Câmara.
73 671) ANTÔNIO LEME - Décimo quarto (1470) avô paterno de S. P. Annes.
Filho de Martim Leme e de Leonor Rodrigues nasceu em Fuentes de Maya na Galícia por voltas de 1440 ou 1450. Morador de Brugge foi para Lisboa representando os interesses comerciais de seu pai. Comandou a urca, embarcação de guerra que seu pai preparara às próprias custas em Brugge para tomar parte na expedição real em 1471 empreendida por Afonso V contra o Marrocos. Esta expedição, comandada pessoalmente pelo rei e seu filho, o herdeiro da coroa, o futuro D.João II ocupou as fortalezas de Arzila e Tanger, bases da pirataria moura. Por este feito, Antônio foi armado cavaleiro da casa de D.João II, o que foi confirmado pelo pai, rei D.Afonso V (ver livro de Ilka Neves citado na bibliografia).
Pouco depois dessa aventura guerreira que deve ter tido relação com a concessão do monopólio do comércio da cortiça concedido pelo rei a seu pai Martim Leme, pelo período de dez anos, passa Antônio a residir na Ilha da Madeira onde com seu irmão Martim Leme, "O Moço" e mais tarde o outro irmão João Leme se dedicam ao comércio do açúcar. Nesta época a Ilha da Madeira era grande produtora de cana de açúcar. Antônio veio a se estabelecer em sua "Quinta dos Leme" próxima a Funchal na Freguezia de Santo Antônio do Campo. Em 1515, em Funchal, Antônio se casou com Catarina de Barros (neta) filha de Pedro Gonçalves da Clara e de Isabel de Barros. Foram pais de seis filhos: Antão Leme, Pedro Leme, Aleixo Leme, Ruy Leme, Dna. Antônia Leme, Dna. Leonor Leme.
74 365) JOÃO RAMALHO - Décimo quarto (1490?-1580) avô paterno de S. P. Annes.
Filho de João Velho Maldonado e de Catharina Affonso, moradores na aldeia de Balbode-Portugal, nasceu em Bouzela (ou Vouzela), Freguezia e comarca de Vizeu-Portugal, talvez, na época pertencente a Coimbra, pois Tomé de Souza se referia a João Ramalho como "do termo de Coimbra".(em "Família Munhoz de Camargo" pág.34, de Jandira Munhoz Schmidt).
Chegou ao Brasil, náufrago ou degredado, não se sabe ao certo. Salvo de um naufrágio, por voltas de 1520, ("Guerra dos Tamoios, pg 38 e pág.123) pelos guaianã de Tibiriçá ou 1512, segundo o "Dicionário de História do Brasil" de Moacyr Flores.
O padre Nóbrega diz ao se referir a João Ramalho: "...quando veio da terra, que havia quarenta anos e mais, deixou mulher lá viva, e nunca mais soube dela, mas lhe parece deve ser morta, pois já lá vão tantos anos. Era casado na aldeia de Valgode ou Bolbode em Portugal, com Catharina Fernandes das Vacas, a quem jamais tornou a ver".
O Delta Larouse dá como ano de nascimento de J. Ramalho, 1493 (transcrito de Jandira Munhoz Schmidt).
João Ramalho, passou a viver com Bartira, (M’bicy), "Flor de Árvore") batizada com o nome de Izabel Dias, por Nóbrega que efetuou o casamento de ambos, após uma vida em comum de quarenta anos. Era Bartira, filha do cacique Tebiriçá ( ou Tibiriçá) dos Guaianã, família dos Tapuias que governava em Inhapuambuçú, perto de onde mais tarde foi erigida a cidade de São Paulo.
Ao citar os filhos de João Ramalho: André, Joanna, Margarida, Vitório, Marcos, João Ramalho (filho), Antônio de Macedo e Antônio Quaresma, a autora, acima citada, omite o nome de Catharina, citado na Genealogia Paulista de Silva Leme. (primeiro vol. pág. 48.
João Ramalho, aliado dos portugueses, foi de grande ajuda a Martim Afonso de Souza quando este chegou ao litoral em 1531, bem como seu sogro Tibiriçá. Eram negociante dos produtos da terra, incluindo escravos e índios, com os "peros", como eram chamados os portugueses pelos silvícolas. Os escravos eram preados com ajuda dos índios guaianã chefiados por seu sogro Tibiriçá e, pela trilha do "Paranapiacaba" (lugar de onde se vê o mar) iam até o litoral. São Vicente ou Santos, eram conhecidos como "Portos dos Escravos" (Guerra dos Tamoios, pág. 44). Eram os escravos vendidos no Rio da Prata, entre outros lugares, tendo Ramalho se associado com outro aventureiro chamado Antônio Rodrigues ("Guerra dos Tamoios", pág.51/2).
Depois da partida de Martim Afonso, foram Ramalho e Tibiriçá aliados de Braz Cubas, contra os franceses e contra os "antigos da terra", isto é, as outras tribos que se uniram contra os "peros" formando a "Confederação dos Tamoios" que empreenderam a "Guerra dos Tamoios" que de 1554 até 1567 fustigaram os portugueses no litoral e no planalto de Piratininga.
Em 1550 foi excomungado pelo jesuíta Simão de Lucena, não por traficar índios, mas por viver "amancebado" com Bartira.
Comandavam os "Tamoios" os chefes: Aimberê, Cunhambebe, Parubuçú, Coaquira, Araraí e seu filho Jaguanharo. Araraí, Caiubí e Piquerobí, eram irmãos de Tibiriçá.
Em 1531, o capitão-mor Martim Affonso de Souza doou a João Ramalho a sesmaria na Ilha Guaíba, ao longo do curso do rio Ururaí, até Jaguaporecuba.
Ramalho criou a povoação da Borda do Campo, nas vizinhanças da antiga Fazenda e atual Vila de São Bernardo onde vivia com sua vasta prole (Rocha Pombo).
Por carta de 01.07.1553, Tomé de Souza, fez João Ramalho capitão de campo para que reunisse os habitantes em torno da ermida já existente. O arraial de Borda do Campo foi elevado a Vila Santo André de Borda do Campo em 08.09.1553.
Capitão de campo, João Ramalho, cumulativamente, foi Alcaide-mor com comando terrestre da vila e também guarda-mor de campo, responsável pela defesa.
Foi vereador de 1553-1558 e em 1564 se recusou a ser vereador em São Paulo, alegando ser maior de 70 anos. Em 30.09.1576, ainda assinou ata da Câmara de S.Paulo. Já velho, afastou-se de tudo, indo viver entre os índios Tupiniquins no vale do Paranaíba.
Morreu em São Paulo de Piratininga, em 1580.
Tomé de Souza ao escrever (por voltas de 1550/3 ) ao Rei, dizia que João Ramalho tinha "tantos filhos, netos e bisnetos que não ouso dizer a Vossa Alteza, ele tem mais de 70 anos, mas caminha nove léguas, (légua portuguesa equivalia a cinco Km.) antes de jantar e não tem um só fio branco na cabeça nem no rosto".
Em 1562 Ramalho salvou São Paulo de um ataque dos carijós, que a essa altura tinham se afastado dos Guaianã e se arregimentado com os "Tamoios" contra os portugueses. Em 1568, o jesuíta Baltazar Fernandes disse que Ramalho tinha "quase 100 anos". Ramalho morreu em 1580 com mais de 95 anos de idade. Por estas contas teria nascido em mais ou menos 1485.
Uma das filhas de João Ramalho e Bartira, Catharina, veio a se casar com Bartholomeu Camacho tendo, entre outros a filha D(?) Camacho (como se nota não foi guardado seu nome) que veio a se casar com Jerônimo Dias Cortes. Anna Camacho, filha do casal, e que morreu em 1613, foi casada com Domingos Luiz "O Carvoeiro" e com ele tiveram: Ignês Camacho (+1623) em S. Paulo, Leonor Domingues, Domingas Luiz, Bernarda Luiz, Domingos Luiz "o moço", Antônio Lourenço e Miguel Luiz.
Tanto Ignês como Antônio Lourenço vêem a ser meus décimo-primeiros avós. Inês casou em segundas núpcias com João da Costa Lima, "O Mirinhão" que faleceu em 1639 em S.Paulo. Foram pais de Izabel da Costa.
146 499) TRISTÃO VAZ - Décimo quinto (1390 ?-1470) (80a).avô paterno de S. P. Annes.
TRISTÃO VAZ vem a ser três vezes meu décimo quinto avo paterno:
1) Trisavô de Cristóvão Rodrigues Uzadamar.
2) Trisavô de sua esposa Isabel Moniz e
3) Trisavô de João Pestana da Câmara, pai de Gabriel Pestana de Velosa, por sua vez, trisavô de Jerônimo de Ornelas Menezes de Vasconcelos.
(Tendo sido companheiro de João Gonçalves Zarco (Zargo) da Câmara de Lobos e de Bartolomeu Perestrello de Placência no descobrimento da Ilha de Porto Santo em 1418).
Em 1419, com Zarco, descobriram a Ilha da Madeira a qual foi dividida entre os dois em Capitanias, a de Machico para Vaz e a de Funchal, para Zarco. Perestrello ficou com a Capitania (Ilha) de Porto Santo.
A doação da capitania de Machico lhe foi feita a 08.05.1440, e na mesma ocasião o rei o chama de "cavaleiro de sua casa..." Governou Machico por 40 anos e veio a morrer em Silves, Algarve/Portugal aos 80 anos de idade, em 1470(?). Acompanhou o infante em todas as jornadas da Africa onde "praticou grandes feitos", principalmente na tomada deTanger, onde D.Henrique o armou cavaleiro.
Casou em Portugal com Dna. Branca Teixeira, descendente por linha direta de dom Fafes Luz, "rico homem de pendão e caldeira", alferes mór do conde d.Henrique, pai de D.Afonso Henriques.
O casal foi pai de Lançarote Teixeira e de Tristôa Teixeira.
A divisão da Ilha da Madeira em duas Capitanias foi feita por uma linha que partia da extremidade noroeste denominada "Ponta do Tristão" se dirigindo para a extremidade sudeste até o mar, passando por Caniço. A parte nordeste ficou com Tristão Vaz e sudoeste foi doada a João Gonçalves Zargo (Zarco) da Câmara de Lobos . Machico ficou sendo o nome da cidade mais importante bem como o nome da Capitania de Tristão e Funchal a cidade mais importante bem como o nome da Capitania de Zargo.
146 500) BRANCA TEIXEIRA - Décima quinta (1440-?) avó paterna de S. P. Annes.
Tiveram, Tristão e Branca, quatro filhos e oito filhas: Tristão Vaz Teixeira "O das Damas" que foi o "herdeiro da casa ", Henrique, João, Lançarote, Tristôa (estes dois meus antepassados diretos), Isabel, Branca, Caterina, Guiomar, Solanda e Ana. (Gaspar Frutuoso, em "Saudades da Terra" cita uma outra Caterina. Ver II vol. Pág.149).
146 873) HENRIQUE ALEMÃO ("O ALEMÃO") - Décimo Quinto (1400-1458) avô paterno de S. P. Annes. + 1458 na Capitania de Funchal-Ilha da Madeira.
Deve ter nascido por voltas de 1400, na Polônia (?).
Esse aventureiro surgiu na Ilha da Madeira pelo ano de 1450 e se intitulava "Cavaleiro de Santa Catarina".
Com este nome "HENRIQUE ALEMÃO" se acha designado nas doações que lhe fizeram tanto o infante D.Henrique como El Rei D. Afonso V. Trazia como divisa ou insígnia de sua cavalaria a "Roda de Santa Catarina", e afirmava que fora armado Cavaleiro no templo do Monte Sinai, “quando andava peregrinando pelo mundo”. Na Ilha da Madeira lhe deu o capitão João Gonçalves Zargo uma sesmaria no lugar chamado Madalena do Mar, confirmada por D. Henrique a 29 de abril de 1457 por causa da igreja que ali edificou para culto desta Santa, e de cuja mercê lhe mandou passar carta o infante D. Henrique, no dia 29 de abril de 1457, a tendo confirmado d.Afonso V no dia 18 de maio do mesmo ano.
Diziam que era "Príncipe da Polônia", e que teria combatido na "batalha de Amulates" (ou de Varna?) contra Amurato II no ano de 1444.
“Wladyslaw III dado por morto em 1444, era Rei da Polônia, filho de Wladislaw II, Rei da Polônia e de Jawiga, rainha da Polônia. Henrique "O Alemão", vendo que as tropas de seu lado eram derrotadas, fizera a promessa, caso se salvasse, de fazer "muitas penitências, o que cumprira fazendo grandes peregrinações pelo mundo", indo por fim dar na ilha da Madeira, onde se estabeleceu, fundando uma grande Fazenda em Madalena do Mar dia 18 de maio de 1457.”
Ocultou sempre sua identidade. Morreu em 1458.
Casou-se Henrique "O Alemão" (que eu presumo seja uma alcunha ja que ocultava a identidade) com Dna. Senhorinha EANNES (ANNES) na ilha da Madeira. Ela seria de família de Algarve (algarvio de nação, segundo Fernando Antonio Almeida em "Pelos Caminhos de Portugal". ).Teve o casal a filha Bárbara Henriques (provavelmente, entre outros) que veio a se casar com Afonso EANNES, filho de João Afonso de Fraguedo e de Francisca EANNES (ANNES). É bem provável que Dna. Senhorinha e Dna. Francisca sejam parentas, talvez irmãs.
Ao morrer, Henrique Alemão foi sepultado sob uma rocha chamada de cabo Girão, local onde morreu esmagado por uma quebrada que do Cabo Girão caiu sobre o barco em que ele ia da cidade do Funchal para a Madalena.
Sua viuva veio a se casar em segundas núpcias com João Rodrigues de Freitas. Ainda agora existe à cima da Vila da Ponta do Sol, a Fajã do Alemão, que o povo por corruptela denomina "do Limão". Alguma relíquias suas estão na sua capela na Madalena.
Encontrei no trabalho de Fernando Antonio Almeida, "Pelos Caminhos de Portugal" (Publicações D. Quixote-Lisboa/Portugal 1998 pág.325) o seguinte relato, que segundo o autor do livro, está inserido numa crônica apócrifa:
LADISLAU, o rei
Em Novembro do ano de 1444, o senhor Ladislau, rei da Polónia e da Hungria, acompanhado pelo vaivoda da Transilvânia, João Hunaydi, apresentou-se no campo de batalha junto a Varna. Comandados por Murad, o sultão, os turcos otomanos, fizeram frente aos cristãos, quando, numa investida, o senhor Ladislau, à frente de 500 guerreiros, quase desbaratou o inimigo. Mas a multidão do exército turco, forte da sua superioridade numérica, conseguiu esmagar o exército cristão. Os turcos pretendem que acharam o corpo do senhor Ladislau. Dizem que Khoja Hidra, o capitão dos janízaros, lhe cortou a cabeça e que Murad a enviou como troféu ao governador de Brusse, conservada num pote com mel.
Mas a verdade é que, durante a batalha, o senhor Ladislau conseguiu romper as tropas turcas e desaparecer para nunca mais ser visto. Mais tarde, um comerciante que, entretanto, tinha se estabelecido em Budapeste, jurou que tinha visto o senhor Ladislau na Terra Santa, na companhia de religiosos do Convento de Santa Catarina do Monte Sinai. Alguns anos depois, um negociante jenovês, em viajem pela Livónia, contou que lhe haviam dito que o senhor Ladislau vivia numa ilha dos confins do mar oceano, que era senhorio do rei dos Portugueses. Dizem também que os monges Casimiro e Vitoldo, enviados pelo imperador, tinham embarcado para essa terra, tendo chegado à fala com um cavaleiro casado na terra, a quem reconheceram pelo verdadeiro senhor Ladislau. Mas que ele negou, chamando-lhes loucos. E isto juraram pelos Santos Evangelhos.
147 343) MARTIM LEME - Décimo Quinto avô paterno (1440-?) de S. P. Annes.
Filho de Martin Lem (com "n" final no primeiro nome e sem o "e" final no sobrenome) e de Joana Barroso (ou de Barros). Ele flamengo, nascido em Brugge, residindo em Lisboa e ela "nobre dama" portuguesa que moraram em Lisboa onde Martin representava a firma do pai.
Lá foi recebido na corte de D.Afonso V "O Africano" que reinou de 1418-1481. Este lhe deu carta de naturalização de cidadania de Lisboa e lhe concedeu a 07.06.1456 o monopólio ilimitado de compra e exportação de cortiça em Portugal, pelo prazo de dez anos.
Teve com Leonor Rodrigues sete filhos que mais tarde, já Leonor morta antes de 1464, foram legitimados pelo Rei D.Afonso V. Seus filhos foram: 1-Luis Leme que quando o pai voltou para Bruges em 1466, foi em sua companhia e morreu jovem e sem descendência. 2-ANTÔNIO LEME, que foi meu décimo quarto avô. 3-Martin Leme "O Moço" (* 12.11.1450 em Lisboa e + em Funchal-Ilha da Madeira) que foi com seu irmão e seu pai para Flandres e de lá voltou com Antônio para a tomada de Arzila e Tanger em 1471. Em 1483 com o mesmo irmão Antônio, foram se estabelecer na Ilha da Madeira na industrialização e exportação de açúcar.
Lá, em Funchal, veio a se casar com Maria Adão Ferreira, filha de Adão Gonçalves Ferreira (o primeiro homem a nascer na Ilha da Madeira) e de Beatriz Peres Esteves (Brites Pires) os quais, por parte de outro filho, João Adão "O Velho", são meus décimo quinto avós.
4- João Leme, nascido em Lisboa a 20.11.1459 e falecido em Funchal/Ilha da Madeira, sem descendência. 5- Rodrigo Leme nascido em Lisboa a 20.11.1460 e falecido ainda criança. 6- Catarina Leme nascida e falecida em Lisboa casada em primeiras núpcias com Fernão Gomes de Mina e em segundas núpcias com João Rodrigues Paes, filho de Paio Rodrigues Paes e de Isabel ANES, com geração em Portugal de ambos os casamentos. 7- Maria Leme nascida em Lisboa onde também faleceu em 1460, solteira.
148 733) TIBIRIÇA ou TEBIRIÇA (o cacique índio dos guaianã) Décimo quinto avô paterno (*1480? +1562) de S. P. Annes.
Um dos principais da nação "Guaianã". Os guaianã, segundo Metreaux, eram tribus guaranizadas. Contudo, na divisão de Ehrenreich, preferida por Arthur Ramos, eles aparecem como tapuias (Jê) meridionais.
Juntamente com seu genro, João Ramalho, Tibiriçá foi aliado de grande importância para os portugueses na defesa da Capitania de São Vicente. (Citação de "A Guerra dos Tamoios" de Aylton Quintiliano, da Reper Editora e Publicidade). Primeiro foi aliado de Martim Affonso de Souza (fundador de São Vicente) e depois de Brás Cubas (fundador de Santos.
Eram irmãos, conhecidos, de Tibiriçá: Caiubí, Piquerobí e Araraí. Araraí foi pai de Jogaonharo que, como o pai e os outros, menos Tibiriçá, fizeram parte da "Confederação dos Tamoios" que foi a reunião dos "antigos donos da terra".
Tamoio não é tribo, mas significava: "os antigos donos da terra", para defende-la e a eles mesmos, da ocupação e da captura de escravos índios pelos portugueses.
Ainda segundo Aylton Quintiliano, “quando Tibiriçá foi procurado por seu sobrinho Jagaonharo, como emissário dos "Tamoios" para que reconsiderasse sua posição a favor dos portugueses e se aliasse aos seus irmãos indígenas, foi traído pelo tio que "em confissão" junto a Anchieta contou o plano dos "Tamoios" para atacar a vila de Itapetininga/ São Paulo. Anchieta levou, o que deveria ser segredo de confessionário, aos chefes portugueses e quando do encontro armado entre eles, matou o sobrinho com uma espada quando este vacilou em mata-lo no entrevero.”
Morreu Tibiriça, a 25.12.1562 não sem antes ser batizado pelo padre Anchieta, com o nome "cristão" de Martim Afonso Tebiriçá (Jandira Munhoz Schmidt, pág 37).
Tibiriça, que tinha vários filhos, teve uma M'Bicy (Flor da Árvore) ou Bartira ou segundo outros, Potira, que mais tarde, após viver mais de quarenta anos com João Ramalho, foi batizada como Izabel Dias e casada, pelo jesuíta Manoel da Nóbrega.
292 997) JOÃO GONÇALVES ZARGO ( ou ZARCO) DA CÂMARA DE LOBOS Décimo sexto (1394-1467) (73a) avô paterno de S. P. Annes.
Zargo era filho de Gonçalo (Esteves) Arco e de Beatriz Afonso, sendo seu avô paterno, Estevão do Arco. O nome de sua avó não se conhece. Beatriz, esposa de Zarco, era filha de João Afonso. A avó não é citada.
Casado com Constança Rodrigues de Almeida, ou Constança Rodrigues de Sá, filha de Rodrigo ANES de Sá, bisneto de seu homônimo Rodrigo ANES de Sá, e de Cecília Colonna, bisneta de Giacomo Sciarra-Colonna (Jacobo Colonna).
Foi o descobridor da Ilha da Madeira (01.06.1420). Segundo o Elucidário Madeirense, Zarco desembarcou em Machico dia 2 de julho de 1418. Foi donatário e governador da capitania de Funchal, doada por D.Henrique que para isto tinha concessão de seu sobrinho o rei D.Afonso V (1432-1481). Recebeu do rei, também, brasão de armas e na mesma ocasião o rei ampliou-lhe a mercê, acrescentando aos seus nomes o "da Câmara de Lobos" derivado de uma gruta achada por Zargo, logo ao descer em terra, gruta de lobos marinhos. A criação da Freguesia de Câmara de Lobos e edificação da Capela do Espírito Santo se deu em 1430. O apelido Lobos foi desaparecendo, conservando-se o "Câmara". Este nome continua usado por enorme descendência.
O mesmo D.Henrique, após a tomada de Ceuta, em Marrocos, onde Zargo muito se destacou, nomeou-o cavaleiro. Quanto a origem do nome Zargo, afirma Gaspar Frutuoso em "Saudades da Terra ou Descobrimentos das Ilhas", que se deve ao fato de, na batalha de Tanger haver matado um mouro de nome "Zargo". Outros (citado pelo mesmo autor), atribuem o apelido, ao ter perdido um olho em combate. Zargo é como chamavam os zarolhos, na época. (ver na Rev.do Inst. Hist. do RS. 1948). "A Nobre Ascendência de Jerônimo de Ornelas Menezes e Vasconcelos" pág.256. do dr.José de Araújo Fabrício.
Zarco, no Dicionário Etimológico de Nomes e Sobrenomes, do Prof. Rosário Farani Mansur Guerios, Ed. Ave Maria Ltda, 1973, pág. 121, significa: "que tem olhos azuis, ou garços".
Era João Gonçalves Zargo natural da vila de Matozinhos. D. Afonso V lhe enviou à Ilha da Madeira quatro fidalgos para que se casassem com as quatro filhas de Zargo: "Ahi vos mando quatro fidalgos para casardes vossas quatro filhas, que se vos os datarei a elles segundo suas qualidades, eu vos haverei por muito honrado, e a elles por bem dotados, etc..." Morreu o cap. João Gonçalves Zargo em avançada idade em 1467, em Funchal, tendo sido enterrado na Igreja de N.S.da Conceição, posteriormente tranformada no convento de freiras de Sta. Clara, igreja esta que fora mandada construir por ele, para que nela fosse enterrado.
Uma de suas filhas: Catarina Gonçalves da Câmara, casou com Garcia Homem de Souza, um dos fidalgos que El Rei havia mandado à ilha para casar com as filhas do Donatário, e que era filho de João Homem de Souza e neto de Pedro Homem, este um dos doze cavaleiros que foram a Inglaterra responder a um desafio, e chamados posteriormente "os doze da Inglaterra". Era neto de d. Pedro Rodrigues de Pereira, fidalgo cujos filhos tomaram o apelido de: "Homem".
João Gonçalves Zargo teve como companheiros na descoberta da Ilha da Madeira, Bartolomeu Perestrello de Placência que havia descoberto a Ilha de Porto Santo e Tristão Vaz (meu décimo quinto avô, duas vezes). Tristôa Teixeira, sua filha, foi trisavó de Maria de Menezes, assim como Lançarote Teixeira, seu filho também veio a ser trisavô da mesma Maria de Menezes. Maria de Menezes foi trisavó de Jerônimo de Ornelas Menezes e Vasconcelos, meu hexa-avô paterno.
Segundo o historiador Mascarenhas Barreto, em "Cristóvão Colombo, Agente Secreto do Rei Dom João ll, Zargo era filho de Gonçalo (Esteves) Arco e de Beatriz Afonso e era de "ascendência Hebréia", isto é, cristão novo ou "marrano", (judeu que foi batizado pela pressão da inquisição, ou espontaneamente).
Zarco governou a Capitania de Funchal na Ilha da Madeira quarenta anos. Teve sete filhos, sendo quatro mulheres (vide sua esposa Constança Rodrigues de Almeida de Sá). Viveu de 1394 até 1467, setenta e três anos. Para a época, "avançada idade".
292 998) CONSTANÇA RODRIGUES DE ALMEIDA DE SÁ -Décima sexta avó paterna de S. P. Annes.
Filha de Rodrigo Anes (Annes) de Sá (bisneto) e de Cecília Colonna, Casada com João Gonçalves Zargo da Câmara de Lobos, um dos descobridores da Ilha da Madeira (os outros foram: Tristão Vaz - meu décimo quinto avô e Bartolomeu Perestrello) em 02.07.1418. Constança Rodrigues de Almeida e João Gonçalves Zargo da Câmara de Lobos foram pais de Catarina Gonçalves da Câmara que veio a se casar com Garcia Homem de Souza, filho de João Homem de Souza e neto de Pedro Homem que por sua vez era neto de Pedro Rodrigues de Pereira.
O Armorial Lusitano (pág.129) dá Constança como de Sá e não Almeida, mas se equivoca quando diz ter sido ela filha de Rodrigo ANES de Sá, não especificando que se tratava do bisneto, homônimo. Era, portanto, filha de Rodrigo ANES de Sá (bisneto) e de Cecília Colonna bisneta de Giacomo Sciarra-Colonna, de família romana.
João Gonçalves Zargo da Câmara de Lobos e Constança Rodrigues de Almeida de Sá tiveram os seguintes filhos: João Gonçalves da Câmara "que herdou sua casa", Rui Gonçalves da Câmara, Garcia Roiz (abreviatura de Rodrigues) da Câmara, Breatiz (forma arcaica de Beatriz e de Brites) Gonçalves da Câmara, Isabel Gonçalves da Câmara, Caterina Gonçalves da Câmara que veio a casar com Garcia Homem de Souza (meus décimo quintos avós) e Helena Gonçalves da Câmara.
294 687) MARTIN LEMS (LEM) - Décimo sexto (1410-?) avô paterno de S. P. Annes.
Nascido em Brugge, condado de Flandres - Paises Baixos, viveu pelos anos de 1400. Filho de Willem Lem. O nome de sua mulher é desconhecido. Tiveram um filho com o mesmo nome do de seu pai, que indo para Portugal passou a assinar MARTIM LEME, aportuguesando ( o "M" no final de Martin, e "E" no final do Lem) o nome. Seu outro filho, Carlos Lem foi almirante de França (Ver Armorial Lusitano pág. 301).
Jorge Felizardo em "O Sesmeiro do Morro de Sant'Ana" em que levanta os familiares de Jerônimo de Ornelas Menezes e Vasconcelos, ascendentes e descendentes, cita como o mais antigo ascendente da esposa de Jerônimo de Ornelas Menezes e Vasconcelos, Lucrécia Leme Barbosa (neta), Martin Lems.
Atualmente ("Ver Adelia da Câmara Barcellos", de Ilka Neves, pág 161, um capítulo dedicado aos Lemes) já se sabe o nome de seu pai.
O "Armorial Lusitano do Doutor Afonso Eduardo Martins Zuquete editado em Lisboa em 1961, na pág.301, quando trata da família LEME cita MARTIN LEMS, sem o "S" final: LEM.
585 997) RODRIGO ANNES (ANES) DE SÁ (bisneto)- Décimo sétimo (+1380-?) avô paterno de S. P. Annes.
Filho de João Afonso de Sá e de Tereza Berredo. Neto de Payo Rodrigues de Sá que por sua vez era filho de Rodrigo ANES de Sá e de Da. Mécia Rodrigues de Avelar. Foi embaixador em Roma junto ao papa Gregório XI (nascido em 1328, papa em 1370, até morrer em 1383).
Em Roma veio a se casar com Cecília (Célia) Julia Sciarra-Colonna e foram pais de Constança Rodrigues de Almeida de Sá, que veio a se casar com João Gonçalves Zargo (Zarco) da Câmara de Lobos.
585 998) CECÍLIA (CÉLIA) JULIA SCIARRA-COLONNA - Décima sétima (1380) avó paterna de S. P. Annes.
Filha de Diogo Colonna, neta de Pedro Colonna e bisneta de Giácomo ou Jacopo Sciarra -Colonna de família romana. Giácomo foi meu vigéssimo avô paterno e deve ter nascido por volta de 1290 em Roma. Alguns historiadores grafam o nome Colonna com um "n" Cecília também era chamada Célia.
587 443) INFANTE D. JOÃO Duque de Valença - Décimo sétimo (1320) avô paterno de S. P. Annes.
Filho de D. Pedro I de Portugal (O Crú ou O Justiceiro) e de D.Inês Pires de Castro, bem como Afonso, Dinis e Beatriz. Meio irmão de Maria e Fernando I (filhos de Pedro I e de D.Constança Manoel, a Rainha. Também meio irmão de João (bastardo) que veio a fundar a Dinastia de Avis. Casado com d. Maria Tellez irmã de D. Leonor Tellez a Rainha, esposa de Fernando I.
Com Da.Maria Tellez de Menezes teve D. Fernando de Eça, Catharina de Eça que veio a se casar com Pedro Gomes de Abreu (neto).
A ligação entre Catharina de Eça com Pedro I de Portugal e Ines de Castro me foi fornecido pelo jovem genealogista Diogo Leão Pufal.
D. João assassinou a esposa Da. Maria Tellez de Menezes, instigado pela cunhada, a rainha, Leonor Tellez de Menezes que afirmava que a esposa lhe era infiel e lhe acenava com a possibilidade de vir a se casar com uma sua meio irmã, com vistas à sucessão ao trono de Portugal.
D. João que era senhor da terra e julgado de Lafões, das vilas de Seia... (ver Armorial Lusitano, pág.195/6) após assassinar a esposa fugiu para Castela onde, aprisionado por D. João de Castela veio a morrer em uma prisão em Salamanca.
Teve de suas inúmeras mulheres, quarenta e dois filhos, dos quais dezenove são conhecidos.. Morreu na casa de uma de suas mulheres, Da. Isabel de Avallos, dizendo-se, arrependido de seus desvarios e, envolto no hábito de S.Francisco (!).
(587 444) D. MARIA TELES DE MENEZES - Décima sétima (1380-?) avó paterna de S. P. Annes.
Filha de Martim Afonso Teles de Menezes e de Da. Aldonça de Vasconcelos. Era irmã de Da. Leonor Teles de Menezes que, casada com D. Fernando I, filho de D. Pedro I, foi rainha de Portugal.
D.Maria Teles era viúva de Álvaro Dias de Souza quando casou com D.João de Eça filho de D.Pedro I ("O Cru"). Foi assassinada pelo marido sob a acusação de adúltera. Sua irmã, a rainha instigou o cunhado acenando-lhe com a possibilidade de vir a se casar com uma sua meio irmã, com vistas ao trono de Portugal. Seu filho Fernando de Éça, teve de um de seus casamentos a filha Catarina de Eça que casou com Pedro Gomes de Abreu (neto).
589 375) WILLEM (WILHELM) LEM - Décimo sétimo (1380-?) avô paterno de S. P. Annes.
O mais antigo dos Lem de que se tem notícia. Viveu entre os séculos XIV e XV em Brugge, onde, presumivelmente nasceu. Era Brugge á esta época, capital do Condado de Flandres que compreendia a atual Holanda, Bélgica e partes da França e Alemanha. Na época, era o maior empório comercial e bancário do norte da Europa. Distribuía mercadorias importadas de Portugal e Espanha, rivalizando com esses paises no comércio marítimo não só da região como no Mediterrâneo.
Não se tem notícia de seus pais.
De sua esposa não se sabe o nome. Eles se casaram em Brugge e lá mesmo tiveram seus filhos, Martin Lem e de Willem Lem.
1 174 887) D. PEDRO I "O JUSTICEIRO" ou "O CRÚ" DE PORTUGAL - Décimo oitavo (1320-1367) avô paterno de S. P. Annes.
Filho de Afonso IV de Portugal (1291-1357) e de Da. Brites de Castela. Nasceu em Coimbra (1320). Oitavo Rei de Portugal (de 1357 até 1367). Casou-se com D.Constança Manoel e com ela teve: D.Maria Infanta de Aragão e D.Fernando I (1345-1383) que foi rei de Portugal e marido de D.Leonor Teles.
Com D.Inês Pires de Castro (*1309 ou 10 + 1355), dez anos mais velha que ele, teve: Afonso que morreu criança; João duque de Valença, que foi pai de D.Fernando de Eça, por sua vez, pai de Catarina de Eça (minha décima-quinta avó) que se casou com Pedro Gomes de Abreu neto; Dinis e Brites.
Pedro, depois da morte de seu pai contra quem se revoltou em armas por ele ter mandado matar Ines no Convento de Santa Clara em Coimbra, fê-la desenterrar. Jurou perante a corte ter casado com ela um ano antes dela ser assassinada (historicamente sua afirmativa é contestada por muitos), coroou-a Rainha e forçou a corte vir beijar-lhe a mão. E, em cortejo de muitos e muitos quilômetros até o Convento de Alcobaça em Leiria, num sarcófago adrede preparado enterrou-a, a vinte e cinco de abril de 1361. Ela foi assassinada dia 7 de janeiro de 1355, seis anos antes. Pedro se encontra enterrado ao lado de Ines.
D. Pedro, "O Crú", e também, "O Justiceiro", era sujeito a crises de fúria (daí, talvez, sua alcunha: O Crú). Certa vez arrancou a sotaina do bispo do Porto e deu-lhe uma surra de chicote. Matou seu maior amigo e quando da vingança pela morte de Da. Ines, mandou arrancar o coração de um de seus matadores pelas costas e do outro pelo peito, estando os assassinos de Ines ainda vivos.
O genealogista Brian Tompsett, (ver Bibliografia) afirma que houve o casamento de Pedro e Inez, quando ela vivia, em 01.01.1354.
1 174 888) INES PIRES DE CASTRO - Décima oitava (1310-1355) avó paterna de S. P. Annes.
Nascida em Castela ou na Galícia de onde era seu pai, Pedro "da Guerra" Fernandes de Castro. Desconhece-se o nome de sua mãe. Irmã de D. Álvaro Pires de Castro e de Joana de Castro. Com D. Pedro I ("O Cru"), também chamado de "O Justiceiro" de Portugal teve quatro filhos: Afonso que morreu criança, João duque de Valença, Dinis e Brites.
Mandada assassinar por seu sogro D. Afonso IV a sete de janeiro de 1355, quando contava, aproximadamente 45 anos. Diz-se que o complô contra sua vida foi perpetrado por instigação de nobres portugueses enciumados pela influência do espanhóis (Ines era Castelhana da Galícia, bem como sua sogra, mãe de Pedro) sobre o futuro rei D. Pedro I.
Veio para Portugal como aia da primeira mulher de D.Pedro I que era Castelhana como ela, D.Constança Manoel. Era loura e tinha os olhos verdes. Muito bonita, bem como também o era sua rainha Da.Constança.
Foi assassinada em Coimbra no convento de Santa Clara e jaz, junto com D. Pedro I em mausoléu no Convento de Alcobaça em Leiria. Ines era dez anos (mais ou menos) mais velha que Pedro I.
Na Genealogia de Brian Tompsett, o casamento de D.Pedro I e Ines é dado como certo e ocorreu dia primeiro de janeiro de 1354.
4 687 966) RODRIGO (ANES) ANNES DE SÁ - Vigésimo (1290-?) avô paterno de S. P. Annes.
Ver p.129 do Armorial Lusitano: Rodrigo Anes de Sá e Mécia Rodrigues de Avelar. Pais de Payo Rodrigues de Sá e avós de João Afonso de Sá, que casado com Tereza Rodrigues de Berredo puseram em seu filho o mesmo nome de seu bisavô paterno: Rodrigo ANES DE SÁ (bisneto) que veio a se casar com Cecília Colonna, filha de Diogo Colonna, neta de Pedro Colonna e bisneta de Giacomo Sciarra-Colonna de ilustre família romana (José Araújo Fabrício - em "A Nobre Ascendência de Jerônimo de Ornelas Menezes e Vasconcelos", pág.256: Rodrigo ANES de Sá (bisneto) teve com Cecilia Colonna, Constança Rodrigues de (Almeida) Sá que veio a se casar com João Gonçalves Zargo da Câmara de Lobos, descobridor e povoador da Ilha da Madeira (pág.255).
4 687 967) MÉCIA RODRIGUES DE AVELAR -Vigésima (1290-?) avó paterna de S. P. Annes.
Ver pág. 129 do Armorial Lusitano e ficha de seu marido Rodrigo ANES de Sá. No Armorial ha um engano que da Mécia como esposa de seu bisneto, homônimo de seu marido. A esposa de Rodrigo ANES de Sá (bisneto) foi Cecilia Colonna, neta de Giacomo Sciarra-Colonna de família romana.
4 687 991) GIÁCOMO SCIARRA COLONNA - Vigésimo (1290-?) avô paterno de S. P. Annes. Era chamado: Giácomo (ou Jacopo) Sciarra-Colonna (J.A.Fabrício, Rev. Inst. Hist. 1948).Pertencia a ilustre família romana. Pai de Pedro Colonna, avô de Diogo Colonna, segundo avô de Cecília Julia Sciarra-Colonna que foi esposa de Rodrigo Anes de Sá Bisneto. Estes foram os pais de Da.Constança Rodrigues de Almeida de Sá, que veio a se casar com João Gonçalves Zargo (Zarco) da Câmara de Lobos. O nome Colonna ora é grafado com um ora com dois "enes".
Segundo a legenda (Transcrição de "Herdeiros do Poder", de Francisco Antônio Doria, pg. 159, ver prancha dos SA.
‘Eram os Colonna descendentes de Gaius Marius e representantes da gen Julia e portanto aparentados a Julio César. Mitologias, obviamente. Mesmo assim, temos a origem de um mito na ascendência dos Colonna: a papisa Joana. Este mito surgiu do domínio que duas mulheres da casa de Teofilacto, Teodora e sua filha exerceram sobre o papado e sobre Roma no século X. Marozia era filha de Teofilacto, principal senador de Roma e de sua mulher, Teodora, amante do bispo Liutprand de Cremona, depois papa sob o nome de João X ( coroado em 914 e falecido em 929). Marozia nasceu em Roma em 891, e com quinze anos tornou-se amante do papa Sérgio III (coroado em 904 e falecido em 911), um homem de 45 anos seduzido pela belíssima adolescente. Dessa união nasceu um filho que será o papa João XI, coroado aos vinte anos em 931. Nesse entrementes, Marozia casa-se aos 22 anos, com Alberic I, conde de Tusculum , e tem o filho ancestral dos Colonna, Alberic II , conde de Tusculum, marquês de Camerino e duque de Spoleto, alem de mais um filho papa, Otaviano, papa sob o nome de João XII, em 955. Em 986, nonagenária, Marozia, que havia passado meio século prisioneira, no castelo de S. Ângelo, foi executada por ordem do papa Gregório V.
Seguem-se Tolomeu I, conde de Tusculum , Gregório II (ou III, há dúvidas) , de quem foram filhos Tolomeo e Pietro dela Colonna , onde a "colonna" refere-se a coluna existente no castelo que pertencia a estes, em Palestrina.
Pietro dela Colonna viveu no fim do século XI e nos começos do século XI I, e é o tronco imediato desta família. Sciarra-Colonna, seu descendente, bisavô de Cecília Colonna, é quem quase matou Bonifácio VIII em Anagni em 1303.’
9 375 933) JOÃO AFONSO DE SAA - Vigésimo primeiro (1260-?) avô paterno de S. P. Annes.
(Em: Os Herdeiros do Poder pg.159): De origem burguesa, era proprietário da "quinta de Sa" em Guimarães (Saa, Sa, deriva-se de "solar").
Vivia, provavelmente no tempo de d. Afonso IV (* 1291 + 1357). Casado com Teresa Rodrigues de Berredo. É muita coincidência, mas o casal tem o mesmo nome (marido e mulher) de seus bisnetos, meus décimo-oitavos avós. Deve haver algum engano... Ver em "Herdeiros do Poder" pg.159 (prancha dos Sa). Foi pai de Rodrigo (Anes) Annes de Sá e de Senhorinha de Sá. Não se conhece o nome de sua esposa.
150 385 664) D. TAREJA (TERESA) DE LEÃO E CASTELA - Vigésima Quinta (1070-1130) avó-paterna de S. P. Annes.
Filha de Alfonso VI (Ferdinandez) Rei de Leão e Castela (*1040) e de (segundo Brian Tompsett) sua mulher D. Agnes de Poitou (*1052), com quem se casou em 1069 e de quem se divorciou em 1077.
E segundo outros autores (Oliveira Martins, Alexandre Herculano) filha bastarda com Ximena Nunes (Muniones).
Nasceu em 1070 e morreu dia 01 de novembro de 1130.
Casada a 24 de agosto de 1092 com Henry de Borgundy (Henrique de Borgonha) ocasião em que recebera de seu pai o condado Portucalense como dote. Sua meio irmã, Urraca de Castela, filha de Alfonso VI e de Constance de Borgonha que casou com um primo de Henrique de Borgonha, Raymond de Borgonha, recebeu a Galícia como dote e que mais tarde voltou á coroa de Espanha por injunções políticas e casamentos. Um dos filhos do casal Raymond e Urraca, Ferdinando II (*1137) Rei de León, foi meu vigéssimo quarto avô paterno.
Com Henrique teve seis filhos: Afonso Henrique (*1094), Urraca (*1096), Sancha (*1098), Teresa (*1102) , Henrique (*1106) e Afonso Henriques I que foi Rei de Portugal, (*25 de julho de 1110),
Após a morte do marido, casou com o Conde de Trastamara, Fernando de Trava em 1124. Seu filho Afonso Henriques I, revoltou-se contra ela e os partidários do Duque e a encarcerou. Teresa morreu em 01 de nov. de 1130.
300 771 329) D. ALFONSO Ferdinanandez VI REI (27.12.1065 - 29.06.1109) DE LEÃO E CASTELA - Vigésimo sexto avô paterno de S. P. Annes.
Filho de Ferdinando (Sanchez, ou Sancho) I de Castela, Rei de Leão ,"O Magno" (*1017 e + 27.12.1065) e de Da. Sancha (1013), filha de Afonso V de Leão e irmã de Bermudo III. Afonso teve quatro irmãos: Urraca *1033, Sancho II Ferdinandez "O Forte" Rei de León *1037, Elvira *1038 e Garcia Rei da Galícia *1042. Ver Hist. de Portugal de Alexandre Herculano , Vol. I pg. 224/8.
Casou-se em 1069 com Agnes de Poitou com quem teve Teresa ou Tareja Rainha de Portugal (*1070) que veio a se casar com o duque de Borgonha, Henrique. Separou-se de Agnes em 1077.
Em oito de maio de 1081 casou-se com Constance de Borgonha com quem teve: Urraca condessa de Castela (*1081) e Elvira (Geloira) de Castela. Em 1093 torna a se casar desta vez com Bertha de Borgonha. O casal não teve filhos. Em 1098 recebe "de presente" de um poderoso aliado mouro, sua filha Zaida (Isabella) tendo com ela seu único filho homem, Sancho de Castela, em 1098. A morte desse filho aos 15 anos, em batalha, lançou Afonso em profunda depressão. Sancha de Castela foi a segunda filha com Zaida e a terceira foi Elvira (Geloira). Com uma dama da corte, Jimina (Ximena) Nunes Muniones teve tambem uma filha que chamaram, também, Elvira (Geloira). Alfonso VI veio a morrer a 29 de junho de 1109. Muitos desses dados são fornecidos por Brian Tompsett, alem de Alexandre Herculano e Oliveira Martins ver índice bibliográfico).
600 102 688) Rodrigo Diaz de Bivar (Vivar), El Cid - Vigéssimo sétimo avô-paterno de S. P. Annes. Vide link : El Cid Campeador
601 542 679) FERDINANDO (FERNANDO) SANCHEZ (O MAGNO) DE CASTELA, REI ( 1038- 1065) DE LEÃO *1017 +27.12.1065) - Vigéssimo sétimo avô-paterno de S. P. Annes.
Filho de Sancho Garcéz III "O Grande e Maior", Rei de Pamplona (*991) e de Munia Mayor Sanchez (*995). Em 1032 casou com Sancha de Leão tendo cinco filhos: Urraca (*1033), Sancho II (Ferdinandez) "O Forte" Rei de Leão (*1037), Elvira(*1038), Afonso VI (Ferdinandez) Rei de Leão e Castela (*jun. 1040). Garcia (Ferdinandez) Rei da Galícia (*1042). Ver Brian Tompsett na bibliografia bem como Alexandre Herculano e Oliveira Martins.
600 088 575) ARDUINO ARDUINICI - Vigésimo sétimo (1080-?) avô paterno de S. P. Annes.
Da familia Arduinici de Turim personagem de origens obscuras, mais modestas que as de sua mulher Áurea (Oria, Orieta) de Volta ou della Volta, filha de um magnata genovês, Corrado della Volta.
Tiveram três filhos: Ansaldo I D'Oria, Pietro D'Oria e Rubaldo D'Oria que adotaram como sobrenome o nome materno pela sua maior importância. Ver: "Os Herdeiros do Poder"de Fco. Ant. Doria, pág.81 Ed. Revan.
600 088 576) AUREA (ORIA, ORIETTA) DELLA VOLTA - Vigésima sétima (1080- ) avó paterna de S. P. Annes.
Filha de Corrado della Volta. Também chamada Oria (Orietta) della Volta. Seus filhos passaram a assinar D'Oria que significa filho de Aurea, provavelmente por acharem mais importante o nome materno que o paterno, embora seu pai, fosse da família dos Arduinici de Turim, atestada desde o século IX da qual descendia o rei Arduino da Itália que reinou de 1002 até 1015, foi deposto morrendo em 1015. Casada com Arduino Arduinici, tiveram três filhos: Pietro, Rubaldo e Ansaldo I. Este último meu vigessimo sexto avô paterno.
ARPAD, Príncipe (886-907) dos Magyares (Trigésimo quarto avô paterno (870-?) de S. P. Annes).
Filho de NN e de NN reconquistou aos Hunos de Átila os territórios que vieram a formar a Hungria.
(Em um filme de Gabor Koltay, "The Conquest", com Franco Nero no papel de ARPAD é relatada a luta dos Magyares contra os Hunos.)
Teve, (possivelmente mais) um, filho: Zoltan (XXXIII avô).
PETER (PEDRO) DUQUE DA CANTÁBRIA - Trigésimo oitavo (740-) avô paterno de S. P. Annes.
O que se sabe sobre Peter é muito pouco. Nada sobre seus pais ou sobre sua esposa. Sabe-se que teve dois filhos: Alfonso I "O Católico" de Astúrias, Rei de Astúrias e Fruela, Duque de Cantábria. Alfonso I casou-se com a filha de Pelágio (ou Pelayo), Ermesinda ou Ormesinda e veio a suceder Fáfila o outro filho de Pelágio que morreu cedo.
Fruela morreu no ano de 765, foi pai de Aurélio de Astúrias, Rei de Astúrias e de Vermudo (Bermudo) I, Diácono de Astúrias e Rei de Astúrias nascido no ano de 750.
Retificado o meu engano (edição de julho de 1998) que dava Alfonso I como meu trigésimo sétimo avô em lugar de seu irmão Fruela resolvi deixar os apontamentos históricos sobre Pelayo, mesmo porque Pelayo tem como antepassado em comum comigo, Clóvis I (Chlodovech, Rei dos Francos) meu quadragésimo sétimo avô.
PELÁGIO (PELAYO) DE ASTÚRIAS - * + 737
Segundo Alexandre Herculano em sua História de Portugal, vol. I-p191, e outros autores citados na bibliografia, os visigodos reagiram à invasão árabe da península ibérica e esta guerra de reconquista durou mais de sete séculos. A primeira reação se deu nas serranias das Astúrias e seu chefe foi Pelágio ou Pelayo, fundador da primeira monarquia cristã da Espanha, o Reino das Astúrias, depois chamada de Oviedo e Leão.
Pelágio casou com Gaudiosa. Tiveram dois filhos: Fáfila e Ormesinda (ou Ermesinda). Seu filho Fáfila morreu cedo sendo substituído pelo seu genro, casado com sua filha Ormesinda, Afonso I que era filho de Peter, Duque de Cantábria.
A batalha ocorreu nas proximidades de Wadilakka ou Guadalete em 19 de julho de 711, que foi o marco inicial da invasão árabe chefiada por Táriq ibn Ziyad, governador de Tánger. A reação de Pelayo aos árabes se deu no ano de 718 com a batalha de Cangas de Onís (Canicas), próximo de Covadonga, que a crônica de Alfonso III, o Magno, chamava Auseva, nos chamados Picos de Europa, fronteira de Astúrias com a Cantábria e foi a primeira derrota dos árabes em uma guerra que durou mais de sete séculos.
Como se pode facilmente inferir, a data provável de seu nascimento é bem anterior a de 750, já que a batalha de Cangas de Onix ocorreu no ano de 718. Ele deve ter nascido lá pela última década do século VII, anos 600. Brian Tomsett dá Pelayo como Rei das Astúrias tendo ascendido o trono no ano de 718 e tendo morrido no ano de 737. Denomina sua irmã Ormesinda de Hermesinda.
Pelayo tem como ascendente Chlothar I Rei dos Francos, filho de Clovis I, também Rei dos Francos, que foi meu XLVII avô paterno. Chlothar é VIII avô de Pelayo.
St. ARNULF (ERNULF, ARNOLD) BISHOP OF METZ Quadragésimo Avô Paterno (580-640) de S. P. Annes.
Nascido a 13.08.580/2 nas proximidades de Nancy/França e falecido a 16.08.640 com 58 ou 60 anos de idade, no Monastério de Horenberg, Wasenwald, foi sepultado em Hadendum e mais tarde foi transladado para a Igreja de St. Arnulf em Metz.
Filho de Bodigisel (Bodegeisel II) Duque de Aquitânia e de Oda de Savoy (de Saxe?) que era Sueva. Casado em 596 com Dode (Clothilde) nobre dama Franca. Foram pais do Duque Ansgise (Ansegisel) nascido em 602, Chlodulf e Martin.
No mesmo ano, 612, em que Arnulf se torna bispo de Metz, Clothilde fica freira em Treves.
Arnulf foi um poderoso nobre Austrasiano na época do "Mayor" Pepin I e tutor de Dagoberto, filho de Clothário II Rei da Neustria.
Tornou-se Santo Padroeiro dos Cervejeiros devido a um "milagre" que teria feito ao encher os copos de vários operários, dispondo de uma escassa quantia de cerveja.
Viveu na corte de Theodebert II Rei da Austrásia (595-612) distinguindo-se nos comandos militares e na administração civil de seis distintas províncias. A testa de três antigos reinos, Austrásia, Neustria e Burgundy (Borgonha) o "Major Domus" ganhou progressivamente maior importância.
Seu filho Ansegisel casando-se com Begga, filha de Pepin "of Landen" se tornaram pais de Pepin "of Heristal", fundador da dinastia Carlovíngia.
Santo Arnulf é o autor de “Heri hodie crastinum” onde diz:
"O presente é mais breve que o relâmpago e o futuro não é mais que uma miragem, e sendo assim, tudo o que existe é o passado, e aquilo que ainda não o é, um dia será".
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